Instituto Neoenergia e o enfrentamento às mudanças climáticas
As mudanças climáticas abrangem os principais desafios a serem superados ao longo dos próximos anos, já que impactam em muitos aspectos da vida na Terra. Nós, seres humanos, estamos impondo transformações ao planeta e encontrar alternativas para lidar com as mudanças ambientais provocadas pela ação humana é uma tarefa necessária para garantir o nosso futuro e o das próximas gerações.
O terceiro setor desempenha um papel crucial no combate às mudanças climáticas por vários motivos, dentre eles: engajar a sociedade civil de maneira significativa, aumentando a conscientização sobre as mudanças climáticas, executar ou apoiar projetos para mitigar os impactos das mudanças climáticas, monitorar as políticas ambientais e advogar por políticas públicas que promovam a sustentabilidade ambiental.
No Instituto Neoenergia, o pilar de Biodiversidade e Mudanças Climáticas apoia iniciativas que atuam em prol da proteção do meio ambiente e melhoria da biodiversidade, contribuindo ativamente para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Entendendo a importância de seu papel, a organização aderiu ao Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas durante a COP 28, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em 2023. Liderada pelo GIFE, trata-se de uma plataforma comum para aprendizado e coordenação de esforços em defesa da ação climática no país.
Todas as atividades desenvolvidas pelo Instituto Neoenergia estão conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. No âmbito do pilar de Biodiversidade e Mudanças Climáticas não é diferente, em que duas iniciativas representam a sua atuação, como organização do terceiro setor:
- Projeto Flyways Brasil;
- Projeto Coralizar.
Para além de impactos significativos na conservação da biodiversidade, tais iniciativas estimulam a integração das comunidades locais em suas atividades, reforçando a importância da articulação entre diferentes atores para o alcance das metas dos ODS da Agenda 2030, quatro deles prioritários do pilar:
- 13 - Ação contra a mudança global do clima, que visa adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e os seus impactos;
- 14 – Vida na água, responsável por estabelecer metas para conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
- 15 - Vida terrestre, com o objetivo de proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade;
- 17 - Parcerias e meios de implementação, que incentiva o debate sobre reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Projeto Flyways Brasil
O Instituto Neoenergia apoia, desde 2015, o Flyways Brasil, iniciativa da organização do terceiro setor SAVE Brasil que promove a conservação de aves limícolas migratórias e seus habitats na Bacia Potiguar (RN), em conexão à Agenda 2030. Muito impactadas pelas mudanças climáticas, tais espécies encontram lá o local propício para o descanso ou reprodução.
Elas são monitoradas por ornitólogos e biólogos, que conduzem censos mensais para registrar seus comportamentos frente a distúrbios antrópicos e às mudanças climáticas. O projeto já contabilizou mais de 230.000 aves na região e identificou 22 espécies limícolas, entre elas o Maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus), ameaçado de extinção.
Em 2024, a Bacia Potiguar ganhou o selo internacional da Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas (WHSRN), sendo considerada área relevante para a sobrevivência e reprodução dessas espécies. A obtenção do reconhecimento incentiva a preservação do local como berço para a adoção de políticas públicas de conservação da biodiversidade na região em meio às mudanças climáticas.
A conquista é fruto do trabalho científico conduzido pelo Flyways Brasil e de suas atividades de engajamento socioambiental para com a comunidade local. Em alinhamento aos ODS, a iniciativa aproxima a sociedade ao debate sobre a conservação dos ecossistemas e o enfrentamento às mudanças climáticas.
Projeto Coralizar
Para tornar prioritária a agenda de conservação dos recifes de corais no país, o Instituto Neoenergia, em parceria com a instituição do terceiro setor Biofábrica de Corais e parceiros locais, realiza o Projeto Coralizar, em Pernambuco. A iniciativa promove atividades pioneiras de pesquisa e educação ambiental na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC).
Os corais são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas marinhos e cerca de 36% de suas espécies estão ameaçadas de extinção, consequência direta das mudanças climáticas. Diante disso, o projeto trabalha para a conservação de duas espécies nativas construtoras essenciais para a biodiversidade local: Mussismilia harttii e Millepora alcicornis.
Fragmentos de corais, desprendidos de suas colônias por influência humana ou das correntezas, são coletados e instalados em berçários localizados em piscinas naturais e laboratórios em Tamandaré (PE) e Ipojuca (PE). Os animais passam então por um processo de regeneração, até que seja possível reintegrá-los às suas colônias.
Desde o início do projeto, mais de 840 mudas de corais foram restauradas em 14 berçários. Além disso, o Coralizar realizou uma expedição à Reserva Biológica do Atol das Rocas, em 2021, para estudar de que maneira as espécies de águas profundas sobrevivem em meio às mudanças climáticas.
Atividades que, somadas ao engajamento da comunidade local em práticas de turismo sustentável e preservação ambiental, tornam possível o alinhamento da iniciativa aos ODS da Agenda 2030 da ONU em mais uma frente de contribuição do Instituto Neoenergia ao combate às mudanças climáticas.