Queimadas no Brasil
No Brasil há uma grande quantidade de queimadas, principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado. Alguns fatores têm agravado esse cenário, como o aquecimento global e o desmatamento.
Um estudo feito pela ONG MapBiomas observou mais de 150 mil imagens de satélites com dados de queimadas entre 1985 e 2020. O estudo traz resultados preocupantes: somada, a área queimada no Brasil corresponde a quase 20% de todo o território nacional. O cerrado e a floresta amazônica concentram a maior parte da área atingida pelo fogo, sendo 65% em vegetação nativa.
O que é uma queimada?
Existem dois tipos de queimadas: as naturais e as antrópicas (ou artificiais). Conheça um pouco melhor cada tipo:
Queimadas Naturais
As queimadas são fenômenos naturais que geralmente ocorrem em áreas secas de clima árido ou semiárido. Por conta do vento e da baixa umidade, é comum que fagulhas surjam naturalmente, causando incêndios que podem chegar a grandes proporções.
Queimadas Antrópicas
Há também as queimadas antrópicas, ou seja, iniciadas propositalmente por seres humanos, e possuem diversas finalidades, como limpeza da vegetação ou preparo do solo para agricultura ou pecuária.
As queimadas antrópicas podem ser consideradas crimes e as leis ambientais proíbem que elas sejam feitas:
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A menos de 15 metros dos limites da faixa de segurança das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica.
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Numa faixa de 100 metros, ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica.
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Numa faixa de 50 metros, ao redor das áreas de unidades de conservação ambiental.
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Numa faixa de 15 metros de cada lado de rodovias estaduais e federais e de ferrovias.
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Toda queimada precisa ser autorizada pelo órgão ambiental dos municípios e/ou do estado.
O que é possível fazer para combater as queimadas?
A melhor solução para evitar queimadas é a prevenção. Conscientizar a população pela cobrança intensa das instituições de controle e combate a queimadas ilegais é um dever de todos. Conversar com as crianças sobre os perigos que as brincadeiras com o fogo podem provocar também pode ser eficaz para evitar acidentes no futuro.
No dia-a-dia, evitar descartar bitucas de cigarros em áreas de vegetação seca.
Não queimar, nem jogar lixo próximo a plantações, matas ou canaviais, nem mesmo em áreas privadas, pois faíscas transportadas pelo vento podem gerar novos focos de incêndio. Separar o lixo e esperar que seja recolhido, com o apoio do sistema de coleta municipal. Se não tiver coleta na região, procurar a prefeitura do município ou as associações comunitárias.
Evitar plantar próximo da rede elétrica. Dar prioridade à colheita mecanizada, quando possível. Fazer sempre a limpeza nas áreas de plantações/ pastagem, eliminando materiais de fácil combustão.
Fazer aceiro (faixas ao longo das cercas livres de vegetação da superfície do solo) com grade e/ou enxada para que o fogo não passe para outros locais. A técnica tem baixo custo e é muito eficaz.
Não fazer queimadas embaixo e nem próximo da rede elétrica. É crime fazer queimadas nessas áreas.
Caso encontre focos de incêndio e queimadas, chamar as autoridades competentes, como o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 e a Polícia Militar pelo telefone 190.
Em caso de denúncia de incêndios criminosos, ligar para o Ibama (Linha Verde): 0800 061 8080.
E se a queimada ocorrer próxima da rede elétrica?
O calor e a fuligem tornam o ar capaz de conduzir corrente elétrica entre a rede elétrica e o solo ou entre os fios. Isso provoca o desligamento da rede e causa a falta de energia.
A falta de luz ocorre não só na região do fogo, como também em várias outras. Pode afetar as escolas, os bancos, as lojas, os hospitais e muitas outras instituições. Os estudantes ficam sem aula; os doentes sem atendimento nos hospitais; os trabalhadores sem emprego; os moradores e o comércio local sem energia. Todos sofrem com a falta de energia que pode ser causada pelas queimadas.
Os fios de energia também podem ter deterioração acelerada pelo calor e a quebra dos fios pode atingir pessoas que estejam próximas às plantações, causando acidentes fatais. É necessário estar atento para sua própria segurança!
Caso um foco de incêndio que atinja a rede elétrica seja identificado, não deve ser apagado com água. O mais seguro é acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 e entrar em contato com a distribuidora de energia do seu estado.
Quais são as causas das queimadas?
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação reconhece como principais causas das queimadas:
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Incendiários: incêndios provocados por pessoas a propriedades alheias, sem motivos específicos;
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Fumantes: incêndios originados por pessoas que descartam cigarros de forma incorreta;
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Queimadas para limpeza: geralmente promovidas por agricultores e pecuaristas, em áreas de pastagens ou de agricultura, para renovação do solo e introdução de sais minerais liberados pela prática;
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Fogos campestres: provocados por pessoas que acampam ou estão no campo, desenvolvendo alguma atividade, e fazem uma fogueira, que pode alastrar-se;
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Operações florestais: queimadas causadas por trabalhadores que estão nas florestas, que usam do fogo para alguma finalidade, como sinalização ou preparo de alimentos;
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Estradas de ferro: queimadas promovidas direta ou indiretamente pelas atividades nas estradas de ferro;
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Raios: descargas elétricas podem promover incêndios diretos ou indiretos na natureza ou em áreas de pastagens;
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Diversos: incêndios que não se encaixam nos grupos anteriores; queimadas que ocorrem de forma rara ou incomum.
Quais as consequências das queimadas?
As consequências das queimadas, de modo geral, são prejudiciais, tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana. Imagine que uma floresta seja completamente tomada por um incêndio. De forma direta, a queimada causará a destruição ambiental de toda a área, perdendo toda a vida selvagem e as riquezas naturais.
De forma indireta, as queimadas também emitem grandes quantidades de gases poluentes e fumaça que fazem mal à saúde quando inalados, causando doenças respiratórios como bronquite, sinusite e rinite. Todos estão expostos a esse problema, pois os ventos levam a fumaça para muitos quilômetros de distância, afetando toda a população do planeta.
Essa emissão de gases e fumaça também afeita o meio ambiente e contribui para o aquecimento global e o efeito estufa. Esses gases aumentam a temperatura do planeta Terra, promovendo diversos efeitos negativos, como desequilíbrio do ciclo da água, com ausência de chuvas em diversas regiões do mundo e aumento do nível dos oceanos, em decorrência do derretimento das calotas polares.
Por que ocorrem tantas queimadas no Brasil?
No Brasil há uma grande quantidade de queimadas, principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado. Alguns fatores têm feito as queimadas no Brasil aumentarem, como o avanço do desmatamento e a ampliação das áreas de pastagem e atividades econômicas ligadas à agropecuária.
Outro fator que influencia na propagação de queimadas pelo território brasileiro é o tempo seco e quente, vivenciado em diversas regiões do país entre agosto e setembro.
Na maioria das vezes, essas queimadas são provocadas pela ação humana de maneira criminosa. Os incêndios são muitas vezes iniciados por agricultores em áreas de pastagens, para renovação de pastos, e por grupos que causam desmatamento para eliminar vegetação rasteira e retirada de madeira para comercialização.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), todos os seis biomas brasileiros sofreram com essas ações, mas Amazônia, Pantanal e Cerrado são os que mais têm sofrido com os focos de incêndio.
Como controlar as queimadas do Brasil?
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Ministério do Meio Ambiente são as instituições responsáveis pelo monitoramento e controle de queimadas no país. Cabe principalmente ao Ministério a elaboração de planos de ação para o combate aos focos de incêndio e o financiamento de equipamento e aviões para o controle.
Como forma de prevenir, o Inpe conta com satélites que analisam grandes áreas, notificando em tempo real quando alguma região está com temperaturas muito elevadas.
Para controlar um incêndio, duas práticas são mais comuns: o uso de brigadistas, pessoas treinadas para o combate ao fogo com equipamentos de segurança e de controle de incêndios; e o uso de aviões com água, despejando nas áreas afetadas pelo incêndio.
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