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atletas em uma pista de atletismo

Participação feminina nas Olimpíadas: história, recordes e Jogos Olímpicos de Paris 2024

22/07/24

A participação feminina nos Jogos Olímpicos ganha um novo destaque na história este ano. Pela primeira vez em 128 anos, as mulheres ocuparão mais de 50% das vagas para atletas que disputarão a competição, mas nem sempre foi assim.

 

História das mulheres nos Jogos Olímpicos

A primeira edição das Olimpíadas, que ocorreu em Atenas em 1896, foi realizada somente com atletas do sexo masculino. Em protesto, no dia seguinte ao início do evento, a atleta Stamati Revithi correu todo o percurso da maratona, uma das modalidades mais tradicionais dos jogos.

A participação feminina só foi possível quatro anos depois, tendo Paris como um cenário marcante na história mundial e do esporte. Nas Olimpíadas de 1900, realizada na cidade, as mulheres representaram 2,2% do total de esportistas, com 22 atletas do gênero feminino ao lado de 975 homens.

Hoje, a participação das mulheres no esporte é algo bastante comum, em todas as modalidades. Realidade bem distante dos primeiros relatos sobre os Jogos Olímpicos na Grécia antiga, há mais de 700 anos a.C., onde não podiam entrar na arena pessoas do gênero feminino, mesmo que apenas para torcer.

Nos últimos 100 anos, a participação de mulheres nas Olimpíadas cresceu mais de 40 vezes, fruto de muita luta para a igualdade de gênero em diversos setores que compõem a sociedade. O número das atletas nas competições foi aumentando significativamente no decorrer dos anos. Nos jogos de Paris, em 1924, 4,4% eram mulheres, número que saltou para 23% nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. Em Londres, em 2012, a participação passou a ser de 44,2% e aumentou aos poucos até alcançar os 50% no próximo evento, que será realizado em Paris, em 2024.

Outro grande marco da história ocorreu em 1991, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) determinou que todos os esportes disputados nas Olimpíadas deveriam ter obrigatoriamente participação feminina.

 

Quais são os marcos femininos nas Olimpíadas?

Desde a inclusão das mulheres na competição, diversas atletas protagonizaram fatos marcantes na história dos Jogos Olímpicos.

  • Charlotte Reinagle Cooper: tenista nascida no Reino Unido, foi a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas, na edição de Paris, em 1900.
  • Larisa Semyonovna Latynina: ex-ginasta artística, nascida na Ucrânia e que representava a União Soviética, foi a mulher que mais conquistou medalhas na história das Olimpíadas. Com participação nos jogos de Melbourne (1956), Roma (1960) e Tóquio (1964), Larisa conquistou 18 medalhas no total, sendo 9 de ouro. Esse recorde foi superado somente em 2012, por Michael Phelps, nadador estadunidense que conquistou trinta e sete recordes mundiais.
  • Norma Enriqueta Basilio Sotelo: ex-atleta velocista mexicana, foi a primeira mulher a acender a pira nas Olimpíadas, nos Jogos Olímpicos de Verão do México, em 1968. O fato a tornou símbolo da igualdade de gênero na competição.
  • Gertrude Ederle: nadadora americana, ganhou três medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris 1924. Além disso, em 1926, tornou-se a primeira mulher a atravessar o Canal da Mancha a nado, percorrendo 560 quilômetros em 14 horas e 34 minutos. Seu recorde permaneceu por 24 anos. 
  • Nadia Comaneci: se tornou uma das ginastas mais importantes da história ao ganhar nove medalhas olímpicas, sendo cinco delas de ouro. Com apenas 14 anos de idade, nos Jogos de Montreal em 1976, a atleta romena obteve uma nota 10 —a primeira pontuação "perfeita" da história.
  • Serena Williams: se manteve na elite do tênis mundial durante mais de duas décadas. Ganhou quatro ouros olímpicos e um total de 39 títulos de Grand Slam, sendo 23 deles individuais. Durante sua carreira, defendeu a igualdade de remuneração nos principais torneios, como Roland Garros e Wimbledon.
  • Simone Biles: parte de uma lista extraordinária de atletas olímpicos "lendários", ganhou sete medalhas olímpicas, sendo quatro delas de ouro. Biles se tornou a ginasta mais premiada de todos os tempos, tanto na ginástica masculina quanto na feminina, e uma das principais figuras para a visibilidade da questão da saúde mental em todos os níveis, inclusive no esporte de alto rendimento.

 

Alguns recordes femininos

Em 1924, Mariechen Wehselaun, nadadora norte-americana, bateu o recorde mundial nos 100m livres, com a marca de 1min12s. Hoje, a recordista é a sueca Sarah Sjoestroem, com 51s71. Martha Norelius, também nadadora nascida nos Estados Unidos, fechou os 400m livres, há 100 anos, com 6min2s. O melhor tempo em Jogos nesta distância, atualmente, é de Katie Ledecky (USA), com 3min56s46.

Alice Coachman, atleta especializada no salto em altura, foi a primeira mulher afro-americana a ganhar uma medalha de ouro olímpica. A norte-americana subiu ao pódio nos Jogos de Londres em 1948, depois de se classificar para o evento olímpico batendo um recorde. Conquistou 25 títulos nacionais no salto em altura e nas categorias de atletismo de 50 metros, 100 metros e 4x400 metros lisos.

 

Atletas femininas brasileiras: quem foi a primeira mulher a participar das Olimpíadas?

A primeira vez que o Brasil participou dos Jogos Olímpicos foi em 1920, na Antuérpia, mas somente em Londres, em 1932, mesmo ano que as mulheres ganharam o direito ao voto no Brasil, que foi permitida a participação de atletas femininas brasileiras.

Com apenas 17 anos, a nadadora Maria Emma Hulga Lenk Zigler, mais conhecida como Maria Lenk, foi a primeira brasileira e atleta sul-americana a participar da competição. Nascida em São Paulo, é considerada a principal nadadora do Brasil e pioneira da natação moderna. A atleta foi a responsável pela introdução do nado borboleta, nos Jogos Olímpicos, desde sua participação em 1936, em Berlim, em uma prova de peito.

 

Atletas femininas brasileiras de destaque nas Olimpíadas:

A partir do legado de Maria Lenk, outras mulheres também se destacam no esporte e nas Olimpíadas. São elas:

  • Aída dos Santos: especialista no salto em altura, Aída foi a primeira mulher brasileira a chegar a uma final olímpica, nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964. Mesmo sem uniforme e um tênis adequado, ela conquistou o quarto lugar na sua modalidade. Nessa mesma edição dos Jogos, foi a única mulher da delegação brasileira de 68 atletas.
  • Sandra Pires e Jacqueline Silva: ex-jogadoras de vôlei de praia, participaram das Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e conquistaram o primeiro ouro feminino da modalidade. A vitória destacou a participação das mulheres no esporte, pois foi o ano em que o vôlei de praia estreou na competição. Ainda, no mesmo evento, Hortência e Paula, ex-jogadoras, garantiram a primeira conquista do basquete feminino em um Jogo Olímpico, com a medalha de prata.
  • Rafaela Silva: a atleta do Judô tornou-se a primeira brasileira campeã mundial no esporte em 2013. Nas Olímpiadas do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, em 2016, consagrou a vitória na competição com o seu primeiro ouro olímpico. Com isso, se tornou a primeira atleta na história do judô brasileiro a alcançar o título de campeã mundial e olímpica.

 

Nova geração de mulheres no esporte

Dentre inúmeras atletas brasileiras com talentos únicos, os nomes das novas gerações que se destacaram nas últimas competições olímpicas foram o da ginasta Rebeca Andrade, primeira brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos (Tóquio 2020), e da skatista Rayssa Leal (a “Fadinha”), atleta brasileira mais jovem a conquistar uma medalha, também nos Jogos de Tóquio, com apenas 13 anos.

Dentre inúmeras atletas brasileiras com talentos únicos, os nomes das novas gerações que se destacaram nas últimas competições olímpicas foram o da ginasta Rebeca Andrade, primeira brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos (Tóquio 2020), e da skatista Rayssa Leal (a “Fadinha”), atleta brasileira mais jovem a conquistar uma medalha, também nos Jogos de Tóquio, com apenas 13 anos.

No surfe, categoria que teve a sua estreia nas Olímpiadas de Tóquio, em 2021 (competição de 2020 que precisou se adiada por conta da pandemia de Covid-19), de seis surfistas que participarão dos próximos jogos, três são mulheres: Tainá Hinckel, Tatiana Weston-Webb e Luana Silva.

 

Paris 2024: Maior participação feminina nos Jogos Olímpicos

Com a igualdade total de gêneros nas cotas de vagas, 5.250 homens e 5.250 mulheres participarão das próximas Olimpíadas e Paris volta a fazer história no evento. A conquista da inclusão feminina nos Jogos Olímpicos é fruto de iniciativas gradativas durante muitos anos e o papel dos patrocinadores, torcedores e apoiadores diversos, foi fundamental.

A Neoenergia, comprometida com o desenvolvimento do esporte feminino no Brasil, apoia mulheres de diversas modalidades e incentiva suas trajetórias campeãs. A Seleção Brasileira Feminina de Futebol recebe o apoio da companhia desde 2021 e em 2022, a Neoenergia deu um passo a mais e começou a patrocinar o campeonato nacional de futebol feminino, que passou a se chamar Brasileirão Feminino Neoenergia.

Atualmente, a Neoenergia é reconhecida como a empresa do setor elétrico que mais incentiva o esporte feminino no Brasil. Compõem o time de atletas femininas: a ciclista Tota; a nadadora Ana Marcela; a tetracampeã mundial de kitesurfe, Bruna Kajiya; a bicampeã Sul-americana nos 3.000 metros com obstáculos no Sub-23, Mirelle Leite; e a lateral da Seleção Brasileira Feminina de Futebol, Antonia Silva.

 

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