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Neoenergia instala sistema flutuante pioneiro no Brasil para estudos de medição eólica offshore
Implantado no litoral norte do Rio de Janeiro, a cerca de 40 quilômetros da costa
de São João da Barra, sensor LiDAR inicia medição de características do vento e do mar
Rio de Janeiro, 27 de março de 2024
Protagonista da transição energética no Brasil, a Neoenergia deu um importante passo para o avanço de estudos de desenvolvimento da geração de energia eólica offshore. A companhia acaba de instalar o sensor flutuante LiDAR (sigla em inglês para Light Detection and Ranging) para a coleta de dados das características do vento e do mar em área do litoral norte do Rio de Janeiro. É a primeira vez que uma companhia utiliza no Brasil um sistema com certificação internacional com classificação máxima de desempenho (nível três), que permite maior precisão e confiabilidade dos dados.
A novidade foi apresentada durante o Brazil Offshore Wind Summit 2024, que termina nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O LiDAR fica protegido dentro de uma boia com quase três metros de diâmetro. Entre outras funções, o sensor é capaz de medir remotamente, por feixes de laser, a velocidade e a direção do vento, a partir da movimentação de partículas do ar, em faixas que variam de 10 a 300 metros de altura.
Também é possível obter informações relacionadas a correntes marítimas, aspectos das ondas, temperatura da água do mar, pressão e umidade entre outras referências. O conjunto de aparelhos tem quase 7,5 metros de altura, da base da quilha até a ponta da antena, e conta também com módulos de placas solares, entre outros recursos, para funcionar. Com o LiDAR, a Neoenergia terá acesso, via satélite, a relatórios específicos sobre as condições do vento e do mar da região, com dados transmitidos em tempo real pela internet.
Foram necessárias 10 horas para transportar o sensor flutuante do cais do Porto do Açu, no município de São João da Barra (RJ), até o local de instalação em alto mar, a cerca de 40 quilômetros da costa. A operação foi realizada pela Fugro BR, referência mundial em serviços de medições de recursos eólicos e parâmetros do oceano.
A Neoenergia também contou com o apoio logístico da Prumo Logística, holding controlada pela EIG e responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu, com a qual a companhia assinou memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês), em 2022, para pesquisas relacionadas a projetos de geração de energia eólica offshore na região.
Marcelo Lopes, diretor de Hidráulica e Offshore da Neoenergia, destaca que o país precisa desenvolver soluções energéticas inteligentes e sustentáveis para estimular um novo modelo de industrialização a partir de fontes limpas. “Com o equipamento flutuante de última geração, avançamos rumo a uma nova realidade para o setor de energia renovável. Acreditamos que o processo de transformação da cadeia produtiva brasileira exige a associação de sustentabilidade com inovação”, afirmou.
Em relação ao desenvolvimento da geração eólica offshore no país, o executivo destaca que “na regulamentação dos futuros leilões de área, é necessário contemplar critérios seletivos de modo a não onerar a fonte no início do seu desenvolvimento”. Segundo Marcelo Lopes, este é o caminho para promover futuramente a indústria e atrair a cadeia de suprimentos que resultará em competividade da fonte, com ganho de escala e desenvolvimento tecnológico.
A Neoenergia vem contribuindo para o fomento do setor de energia limpa no país com parcerias voltadas à promoção de novas tecnologias para a oferta de soluções inovadoras. Atualmente, a companhia possui 4 GW de capacidade instalada em geração, sendo 88% de energia renovável.
Laura Porto, diretora-executiva de Renováveis da Neoenergia, ressalta que o avanço do desenvolvimento do mercado de energia offshore no país exige um marco legal. “É fundamental que o Brasil se prepare e se posicione a exemplo do que ocorreu há 20 anos com a implantação da geração eólica onshore. Trata-se de uma oportunidade, afinal, este futuro tão promissor já se constrói hoje”, afirma. A executiva também acredita que uma legislação específica será importante para dar segurança jurídica e regulatória, além de assegurar aos investidores uma alocação de recursos mais assertiva.
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