Mulheres no judô: história, competições e atletas da modalidade
Desde que fizeram sua estreia no judô, as mulheres não só conquistaram espaço em um esporte tradicionalmente dominado por homens, mas também elevaram o nível de competitividade da modalidade. Hoje, o judô feminino é reconhecido pela qualidade de suas atletas, que disputam em grandes campeonatos e conquistam medalhas ao redor do mundo.
O que é judô?
O judô é uma arte marcial de origem japonesa que combina técnica, disciplina e preparo físico. Nessa modalidade, os atletas competem usando uma série de golpes, imobilizações e projeções para derrubar o oponente, evitando a força excessiva.
Mais que uma prática esportiva, o judô pode ser praticado por pessoas de todas as idades e gêneros e também promove valores como autocontrole, coragem e perseverança.
Regras do judô
No judô, o atleta vence a luta ao conseguir um ippon ou dois wazaris (equivalente a um ippon), pontuações principais no esporte:
Wazari: Ocorre quando o judoca cai de costas no tatame, mas sem a velocidade e força necessárias para ser considerado um ippon. Cada wazari vale meio ponto; ao conseguir dois wazaris, o atleta é declarado vencedor da luta. Além disso, um Wazari também pode ser obtido por imobilização, caso o atleta consiga manter o adversário preso ao tatame por um período de 10 a 19 segundos.
Ippon: Quando o competidor cai de costas no tatame com perfeição, força e controle, o que encerra a luta imediatamente. Esse golpe é considerado o "nocaute" do judô, pois garante a vitória instantânea.
As lutas de judô duram quatro minutos nas eliminatórias e cinco nas semifinais e finais masculinas. Para mulheres, a duração é de quatro minutos em todas as rodadas. Porém, se uma partida terminar com um empate, ela pode ser estendida por um período adicional de "Golden Score", onde o primeiro competidor a marcar um ponto vence ou o primeiro a receber uma penalidade perde a partida.
História do judô
O judô surgiu em 1882, quando o mestre Jigoro Kano adaptou técnicas do jiu-jitsu com o objetivo de criar uma luta com golpes guiados mais pela inteligência do que pela força.
Durante muito tempo, Kano estudou as antigas formas de autodefesa e, ao buscar explicações científicas para os golpes, baseadas em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores práticas do jiu-jitsu em um novo estilo que chamou de judô - ou "caminho suave".
Foi apenas em 1882 que o mestre fundou o Instituto Kodokan, onde consolidou o ensino do judô como esporte e desenvolveu uma filosofia baseada no conceito de ippon-shobu (luta pelo ponto perfeito) e em um código de moral. Assim, ele visava que a prática do judô promovesse o fortalecimento integrado do corpo, mente e espírito.
Refletindo as normas culturais da época, o judô era inicialmente praticado exclusivamente por homens. No entanto, em 1893, Kano começou a romper essas barreiras ao ensinar judô para sua esposa e algumas amigas. Em 1923, o Instituto Kodokan passou a oferecer aulas regulares para o público feminino. Em 1932, Ozaki Katsuko se tornou a primeira mulher a receber a faixa preta no esporte — um marco importante que simbolizou o reconhecimento das conquistas femininas na modalidade.
Apesar do judô ter sido incluído nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, para atletas masculinos, ele não entrou para o programa Olímpico em 1968, retornando apenas nos Jogos de 1972, em Munique. Já as mulheres, só foram participar dos Jogos em 1992, em Barcelona.
Judô no Brasil: desafio das mulheres no tatame
O judô chegou ao Brasil no início do século XX, trazido pela imigração japonesa, mas seu desenvolvimento entre mulheres enfrentou grandes desafios. Em 1941, um decreto estabeleceu que esportes como judô e levantamento de peso eram considerados "incompatíveis com a feminilidade esperada da mulher", o que limitou as oportunidades para as atletas brasileiras durante muitos anos.
Mesmo com essas restrições, a prática feminina foi aos poucos ganhando espaço, e em 1969 o esporte se formalizou no país com a criação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). As judocas brasileiras passaram a competir em eventos internacionais, embora ainda enfrentassem a falta de infraestrutura, de patrocínios e o preconceito.
O primeiro destaque internacional brasileiro veio em 1995, quando Danielle Zangrando conquistou a primeira medalha de ouro feminina em um mundial de judô, realizado em Tóquio. Em 2008, Ketleyn Quadros fez história ao ganhar a primeira medalha olímpica, um bronze em Pequim. Quatro anos depois, Sarah Menezes se tornou a primeira brasileira a conquistar o ouro olímpico na modalidade, em Londres.
A partir daí, o judô feminino no Brasil passou a receber maior apoio, tanto em termos de infraestrutura quanto em patrocínios, ainda que haja desafios. Hoje, o país segue com grandes nomes nas competições, inspirando cada vez mais mulheres a entrar no tatame e a buscar seus próprios sonhos de medalhas e vitórias.
Crédito foto: Confederação Brasileira de Judô
Grandes atletas brasileiras do judô feminino
Desde que o judô se consolidou no país, diversas mulheres marcaram a história do esporte, como:
Ketleyn Quadros: Primeira judoca brasileira a conquistar uma medalha olímpica, com o bronze nos Jogos de Pequim, em 2008.
Sarah Menezes: Primeira mulher brasileira a conquistar o ouro olímpico no judô, nos Jogos de Londres, em 2012.
Mayra Aguiar: Uma das judocas mais vitoriosas do Brasil, com duas medalhas olímpicas de bronze (2012 e 2016) e vários títulos mundiais.
Rafaela Silva: Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Principais competições de judô no Brasil e no mundo
Campeonato Brasileiro de Judô
Principal competição nacional organizada pela CBJ. Reúne os melhores judocas do país e serve como seletiva para torneios internacionais, destacando-se como um importante evento para o desenvolvimento do esporte no Brasil.
Campeonato Mundial de Judô
Organizado pela Federação Internacional de Judô (IJF), é a competição global de maior prestígio no judô. Realizado anualmente, exceto nos anos olímpicos, reúne os melhores atletas do mundo em busca do título de campeão mundial em suas respectivas categorias.
Jogos Olímpicos
Realizados a cada quatro anos, são o ápice do judô internacional. Judocas brasileiras como Sarah Menezes e Rafaela Silva já conquistaram medalhas na competição, marcando presença significativa para o Brasil.
Grand Prix de Judô
Parte do Circuito Mundial de Judô, o Grand Prix é uma série de competições internacionais onde os atletas acumulam pontos no ranking mundial. Essas competições são realizadas em diferentes países, proporcionando experiência e visibilidade aos judocas.
Campeonato Pan-Americano de Judô
Organizado pela União Pan-Americana de Judô (UPJ), este campeonato reúne atletas de todas as Américas. É uma competição de destaque no continente e importante para a qualificação de judocas para o Campeonato Mundial e para os Jogos Pan-Americanos.
Apoio da Neoenergia ao judô
Acreditando no potencial das mulheres e comprometida com a promoção da equidade de gênero nos esportes, a Neoenergia apoia mulheres de diversas modalidades e incentiva suas trajetórias campeãs. A empresa anunciou a chegada de Bia Souza, campeã Olímpica representando o judô feminino brasileiro, ao Time Neoenergia.
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