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Frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanindade

25/09/19

Ele é pernambucano, tem mais de 100 anos e tem energia pra dar e vender: pula, salta, canta e se agita num ritmo frenético. É famoso e importante, sua relevância para a cultura é reconhecida nacional e internacionalmente. Este é o frevo, ritmo musical e tipo de dança folclórica nascido no Recife, no Estado de Pernambuco.

ORIGEM

O frevo surgiu no final do século XIX, no Carnaval, em um momento de transição e efervescência social no Brasil, como uma grande expressão cultural das classes populares. O Dia Nacional do Frevo é celebrado em duas datas: em 14 de setembro, data em que nasceu, no ano de 1882, o criador do nome frevo, o jornalista Osvaldo da Silva Almeida. E também em 9 de fevereiro, data em que historiadores identificaram a primeira aparição da palavra frevo, em 1907, sendo esta a data considerada oficial.

Com o passar dos anos, foi ganhando importância e reconhecimento pelo Brasil e, até os dias de hoje, influencia o carnaval de todo o país. Incluído desde 2012 na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, o frevo é parte importante da história nordestina e brasileira.

DANÇA E MÚSICA

A palavra frevo tem origem no verbo ferver (“frever"), já que a dança é frenética, de ritmo muito acelerado. O ritmo musical desta contagiante dança mistura a marcha e o maxixe, além de possuir alguns elementos da capoeira. Os dançarinos vestem roupas alegres e super coloridas, geralmente camisas curtas e justas amarradas na cintura, calça colada, shorts e saias para as mulheres. Tudo isso é acompanhado de sombrinhas e estandartes (bandeiras de cada grupo de dança).

O GALO DA MADRUGADA

Vários blocos de frevo saem pelas ruas de Pernambuco na época do carnaval, com concentração maior em Recife e Olinda. Um dos blocos carnavalescos mais expressivos e conhecidos é o Galo da Madrugada, com 41 anos de existência. O bloco saiu às ruas da cidade pernambucana pela primeira vez em 4 de fevereiro de 1978, com 75 pessoas fantasiadas, acompanhadas por uma orquestra com 22 músicos.

Nos anos seguintes, o bloco foi ficando famoso e ganhando adesão de milhares de foliões a cada carnaval. Em 1994, o Galo da Madrugada viu o reconhecimento internacional: o Guiness Book consagrou a agremiação como “o maior bloco de carnaval do planeta", quando 1,5 milhão de foliões desfilaram pelas ruas do centro da cidade. Já em 2018, o desfile arrastou um público médio de 2,3 milhões pessoas às ruas do centro do Recife.

Conheça a história do bloco: http://www.galodamadr​ugada.com.br/

​​​​ TIPOS DE FREVO

A popularidade da dança e a criatividade do povo pernambucano deram origem a diferentes tipos de frevos, são eles:

Frevo de rua

É instrumental e acelerado, sem letra de música, e é tocado pelas orquestras nas ladeiras e ruas. Foi o primeiro estilo a surgir e é o mais efervescente de todos. Atualmente, uma orquestra de frevo de rua desfila com instrumentos como saxofones, clarinetes, pistões, trombones, tubas, taróis, surdos e bombardinos.

Frevo de bloco

Em vez de instrumentos de percussão e metais, o frevo de bloco é executado por uma orquestra de pau e corda, composta por violões, bandolins, flautas e cavaquinhos. É um ritmo mais lento, poético, e as letras têm um tom saudosista.

Frevo canção

Este tipo, que possui letras e é cantado, também é conhecido como marcha-canção, por ser parecido com marchinhas. Diferentemente do frevo de bloco, que tem uma poesia nostálgica, as letras tratam do contexto atual. 

 

UM LUGAR PARA QUEM QUER SABER TUDO SOBRE FREVO

Localizado na Praça do Arsenal da Marinha, no bairro do Recife, o Paço do Frevo é um centro de referência de ações, projetos e atividades de documentação da dança. É o lugar ideal para estudar, criar, experimentar e vivenciar o rico universo de histórias, personalidades, memórias e linguagens artísticas do frevo. O Paço promove oficinas e apresentações musicais regulares em quatro pavimentos de atividades e oferece aos visitantes uma ótima oportunidade de vivenciar o Carnaval recifense durante todo o ano.

Saiba mais em: www.pacodofrevo.org.br.​

 

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