Especial Coronavírus: Qual a diferença entre vírus e bactérias?
Causadores de diversas doenças, estes micro-organismos são completamente diferentes. Entenda mais sobre eles.
Um micro-organismo surgido na cidade de Wuhan, na China, no final de 2019, se espalhou pelo mundo ao longo de 2020 e teve a capacidade inimaginável, para a maioria das pessoas, de paralisar o planeta. Mas como isso foi possível? O novo Coronavírus, que causa a infecção Covid-19, parece ter sido transmitido, inicialmente, de animais para pessoas. Os primeiros casos foram confirmados num grupo de indivíduos que estavam no mesmo mercado popular na cidade chinesa. Lá, eram vendidos vários tipos de animais selvagens vivos, como cobras, morcegos e castores, que poderiam estar doentes e passado o vírus para as pessoas.
Desde os tempos antigos, a humanidade lida com epidemias que matam milhões de pessoas, como a peste negra e a gripe espanhola, duas das pandemias mais letais da história. Entretanto, há uma diferença fundamental entre essas duas epidemias: a gripe espanhola foi causada por um vírus e a peste negra, por uma bactéria.
Ambos, os vírus e as bactérias, são micro-organismos, ou seja, visíveis somente pelo microscópio.
Características dos Vírus e das Bactérias
ShP - Certificado Verde
Invisíveis a olho nu, se multiplicam rapidamente em um curto período de tempo e são causadores de doenças, às vezes fatais, mas biologicamente são completamente diferentes. Bactérias são organismos vivos, compostos por uma única célula, que possui tudo que elas precisam para viver: genoma e estruturas celulares que produzem proteína, abastecendo-as com energia. Assim, seu simples metabolismo é suficiente para que se multiplique. As bactérias nem sempre são prejudiciais: algumas são vitais para a saúde humana, como as que compõem a flora intestinal e auxiliam na digestão.
Já os vírus não são células, são partículas infecciosas. Para muitos cientistas, os vírus nem são considerados seres vivos. Eles podem se multiplicar somente com ajuda externa. Precisam fundamentalmente de um hospedeiro. Sem ele, é apenas uma capa protéica com genoma, sem vida. Uma partícula infecciosa incapaz de se dividir ou produzir energia. Mas essa partícula só ganha vida se tiver o poder de se instalar em uma célula. Ao infiltrar seu material genético em células de outros seres vivos, eles as reprogramam para que elas produzam vírus até arrebentar, liberando assim essas partículas infecciosas. Cada vírus possui uma célula hospedeira específica. Alguns atacam somente plantas, outros, somente animais e humanos. Há também vírus que atacam apenas bactérias e fungos.
A globalização, intensificada nas últimas décadas, facilitou a disseminação de doenças virais e bacterianas, por possibilitar o contato entre pessoas do mundo todo em pouco tempo.
Mutações
Bactérias e vírus agem de forma semelhante no corpo humano, se multiplicando dentro de nossos organismos e provocando uma reação do sistema imunológico. A diferença é que os vírus são mais mutáveis, ou seja, sofrem mais alterações genéticas e isso torna mais difícil encontrar respostas para o combate. As mutações ocorrem com maior frequência em vírus do que em bactérias, pois os primeiros podem guardar informações não só no DNA (composto por duas fitas genéticas), como no RNA, mais simples como uma carga de genes.
Os vírus são causadores de epidemias e pandemias, como a do Coronavírus, e são responsáveis por inúmeras doenças, como a aids, sarampo, hepatites, H1N1, dengue, herpes, caxumba e febre amarela. Enquanto às bactérias são atribuídas enfermidades como pneumonia, tuberculose, tétano, leptospirose, gonorréia, sífilis e hanseníase.
Combate
Os antibióticos agem somente contra bactérias. Como os vírus não vivem, não é possível matá-los. Contra eles, há somente antivirais, que inibem a multiplicação dessas partículas, por exemplo, ao impedir que eles alcancem as células hospedeiras. Mesmo assim, os médicos costumam prescrever antibióticos também para infecções virais, já que que os vírus enfraquecem o sistema imunológico, possibilitando o ataque de bactérias. O antibiótico é indicado para evitar esse ataque.
Tanto para bactérias como para vírus, é possível desenvolver vacinas. As vacinas, em sua maioria, funcionam apenas como prevenção, uma resposta previamente criada para evitar um problema, não combatê-lo.
O surgimento dos antibióticos no começo do século 20 mudou a forma como a humanidade enfrentava epidemias causadas pelas bactérias, bem como a implementação do saneamento básico. De forma geral, os antibióticos atuam em processos centrais da célula, semelhantes entre os vários tipos de bactérias. É por isso que o medicamento tem um espectro, podendo ser eficaz contra uma gama de microorganismos. Ao longo dos anos, surgiram resistências à eficácia dos antibióticos, com o aparecimento das "superbactérias".
Com os vírus não existe um plano de ação tão claro: como a diversidade genética é maior, é difícil criar um remédio que anule a replicação, forçando a combinação de vários: os chamados "coquetéis''.
Os especialistas dizem que há algumas dicas básicas de prevenir a contaminação por vírus e bactérias: manter as residências e locais públicos sempre arejados e limpos; lavar as mãos, principalmente antes das refeições, fazer higiene corporal diariamente; só consumir alimentos dentra da validade; lavar sempre frutas e verduras antes de consumí-las e beber sempre água potável.
No entanto, a melhor forma de evitar as doenças virais e bacterianas é a prevenção, através das vacinas. A imunização estimula o organismo a produzir anticorpos, proteínas que formam um sistema de defesa no organismo contra invasores que podem fazer mal à saúde. As vacinas são uma forma de imunização ativa artificial muito eficazes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que elas evitam por ano quase 6 milhões de morte no mundo. No Brasil, por exemplo, a poliomielite é considerada erradicada pela vacinação desde 1990.
As vacinas nada mais são do que o agente causador da doença ou fragmentos dele introduzidos no organismo de maneira atenuada. A dose de vírus ou bactérias presente na vacina não causa a doença, mas é o suficiente para ativar o sistema imunológico, atacar o agente estranho e criar memória imunitária. Entretanto,os antibióticos e antivirais, por conta da evolução dos micro-organismos, não foram capazes de extinguir muitas doenças.
Com o passar do tempo, os vírus e as bactérias se tornam cada vez mais resistentes às variações dos medicamentos existentes. Por isso, os cientistas precisam sempre criar novos remédios e imunizantes.
Curiosidades
- Centros urbanos cada vez mais populosos facilitam a disseminação dos microorganismos. Com a expansão, o ser humano invadiu o habitat natural de outros animais, passou a criá-los em grande escala, entrando em contato com secreções desses bichos. Os vírus que infectavam o gado causando a peste bovina, por exemplo, mutaram no ser humano para o sarampo.
- Antes do surgimento dos antibióticos, simples infecções bacterianas causavam a morte de milhares de pessoas. Somente em 1928 que o cientista Alexander Fleming descobriu, por engano, a penicilina, um antibiótico utilizado no tratamento de doenças bacterianas até hoje.
- No século 15, Veneza, na Itália, foi a primeira cidade a colocar em prática medidas de contenção de doenças, como o fechamento de fronteiras e quarentenas.
- Entre os séculos 19 e 20, tuberculose e varíola deixaram mais de 1 bilhão de mortos. O conceito de pandemia ganhou força com a gripe espanhola, quase 100 anos atrás.
- Depois, os casos de HIV(aids) explodiram entre os anos 1980 e 1990.
- Hoje, existem aproximadamente 100 tipos de vírus que contaminam humanos, frente a pelo menos 50 espécies de bactérias capazes de transmitir doenças.
- Em meados do século 19, o bacilo de Koch, começou a infectar a população no mundo inteiro. Causadora da tuberculose, a bactéria matou em 100 anos, cerca de 1 bilhão de pessoas.
- Entre 1918 e 1920, a gripe espanhola, causada pelo vírus influenza, matou entre 50 e 100 milhões de pessoas no mundo.
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