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Energia Hídrica: o que é, como funciona e quais são as vantagens

21/02/2021

A energia hídrica, gerada pela água de rios e lagos, corresponde a mais de 60% da energia gerada no Brasil, sendo a principal fonte no país. Já no  mundo, ela é a terceira forma de energia mais utilizada, representando 16% da gerada globalmente, sendo considerada renovável e significativamente mais limpa do que alternativas como o carvão e o gás natural, que ocupam o primeiro e o segundo lugar no ranking mundial.

 Entende-se que é uma energia muito importante, mas como é produzida, quais são suas vantagens e outras curiosidades?

O que é energia hídrica e como funciona 

A energia hídrica, também conhecida como energia hidráulica, é obtida a partir da energia potencial de uma massa de água e, na natureza, provém de rios e lagos. 

Ela funciona por meio das usinas hidrelétricas, através de um sistema que capta a água dos rios e a conduz pelas estruturas até chegar à turbina, que tem peças ligadas ao gerador de energia elétrica. A força da água empurra as pás da turbina rodando um eixo, portanto, transformando a energia potencial das águas em energia mecânica rotativa. Este eixo está conectado a um gerador de energia onde o eixo roda um campo magnético por espiras. Assim, da energia desse movimento surge a eletricidade. Após o uso, a água é devolvida aos rios com a mesma qualidade de antes – o que faz esse tipo de geração de energia ser considerada renovável.           

Por que a energia hídrica é tão importante?

Além de ser renovável e limpa, existem outras vantagens da utilização da energia hídrica. Com a possibilidade de reaproveitamento da água (muitas vezes utilizada para outras finalidades de reuso, como a irrigação), há diversos pontos positivos no uso dessa fonte de energia, como o fato de ser barata e possibilitar longa vida útil dos empreendimentos usados na sua geração. 

Como muitas usinas têm reservatórios com capacidade de armazenar água, é possível fazer um bom planejamento seguindo a demanda dos usuários. É por isso que a energia hídrica é essencial ao desenvolvimento das outras fontes renováveis intermitentes, como a eólica e solar, que dependem da disponibilidade dos ventos e do sol respectivamente.  Apenas com um sistema elétrico portando estas fontes conjuntament, pode se garantir uma energia efetivamente limpa e renovável  Além disso, as usinas hidrelétricas são benéficas a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, quando se detém reservatórios,  para a economia do país e local, gerando renda por meio de empregos e até turismo, e são instalações que emitem valores irrelevantes de gás carbônico (CO2) durante o seu processo produtivo, assim, ajudam também na preservação do meio ambiente.

                                                                

Curiosidades sobre a energia hídrica

O mundo conta atualmente com mais de 60 mil usinas. Das maiores, três ficam no Brasil: Itaipu, Belo Monte e Tucuruí. Outra curiosidade é que, algumas pesquisas atestam que o uso de energia hídrica ao invés da gerada por combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral) para a geração de eletricidade já ajudou a evitar mais 100 bilhões de toneladas de dióxido de carbono nos últimos 50 anos. 

Os projetos hidrelétricos podem ser usados para regular e armazenar água para mitigar os impactos de eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, que estão aumentando devido às mudanças climáticas.

Como funcionam as usinas hidrelétricas?

As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de eletricidade por meio da utilização da água de rios e lagos. A primeira no mundo entrou em operação em 30 de setembro de 1882, nos Estados Unidos. No Brasil, foi inaugurada a Usina de Marmelos em 1889, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Além de ter sido a pioneira no país, foi também na América do Sul.

Atualmente existem mais de 60 mil usinas hidrelétricas em operação em todo o mundo. A maior delas, “Usina das Três Gargantas” (nome traduzido para o português), fica na China. A segunda maior é a de Itaipu, em Foz do Iguaçu (entre Brasil e Paraguai), movida pelas águas do rio Paraná.               

Segurança de barragens

A segurança de barragens é a condição que visa a manter a sua integridade estrutural e operacional e a preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente. Tão fundamental para o funcionamento das usinas hidrelétricas, o planejamento de segurança considera aspectos técnicos da barragem e o panorama do estado atual da segurança, obtido por meio das inspeções e, análises de instrumentações e reavaliações de projeto realizadas periodicamente.

A rotina de segurança das barragens estabelecida no Plano de Segurança de Barragens (PSB) é o que irá prevenir incidentes e acidentes internos e externos que podem ser de largo risco para populações de regiões que ficam próximas às usinas, na pior e menos provável situação.         

Como exemplo efetivo, o Plano de Ação de Emergência (PAE), procedimento pertencente ao PSB, tem a função de identificar previamente possíveis anomalias na barragem, implantando ações efetivas para sanar o problema e evitar a sua ruptura e, caso não seja possível impedi-la, emitir avisos de alerta antecipados e traçar estratégias junto as autoridades de proteção e defesa civil locais para evitar ou minimizar suas consequências sobre as populações.

Qual o objetivo principal do PAE?

Neste plano são definidos os processos de identificação, mitigação ou tratamento de patologias, materiais necessários às intervenções e sistemas de aviso. São também realizados periodicamente simulados internos e externos, colocando em prática os planos, avaliando a sua eficácia e corrigindo desvios para não deixar nada a improvisação em uma possível emergência, por menor que seja a sua probabilidade.

Qual a importância de ter um PAE estruturado?

Ainda que uma barragem apresente performance adequada, caso seja identificada alguma anomalia na estrutura, uma resposta eficaz e antecipada para controle da ocorrência é a melhor forma de atuação. Em casos de a barragem apresentar anomalias como a identificação de algum problema estrutural, por exemplo, é imprescindível realizar monitoramentos constantemente, bem como intervenções preventivas para evitar acidentes. No PAE também é possível indicar utilização dos sistemas diversos de aviso à população no protocolo de segurança. Quando houver uma situação de risco que possa comprometer a estrutura da barragem, estes sistemas são acionados. Assim, quando acionado o aviso indica que as pessoas devem sair da área potencialmente inundável, se dirigindo aos pontos de encontro identificados com placas em campo e aguardar a orientação da defesa civil nestes pontos. 

O que fazer caso sejam acionados os sistemas de aviso?

  • Mantenha-se calmo
  • Afaste-se de rios e córregos
  • Busque por locais seguros, em locais mais altos
  • Vá até o ponto de encontro estabelecidopelas autoridades
  • Siga as indicações das autoridades
  • Mantenha as linhas telefônicas desocupadas
  • Não utilize elevadores
  • Não retorne ao seu local de moradia enquanto não for permitido pelas autoridades de proteção e defesa civil
  • Não corra, pois o tempo de deslocamento ao ponto de encontro é calculado com o uso da marcha normal

IMPORTANTE:

As barragens são dimensionadas para cheias extraordinárias, com probabilidade de ocorrência de 1 vez a cada 10.000 anos e verificadas pelo projeto para a máxima cheia possível de ocorrer na bacia hidrográfica. Estes estudos são atualizados na ocasião da Revisão Periódica de Segurança de Barragens (RPS) a cada 7 anos, mantendo sempre atualizadas estas informações.

Apesar disso, as cheias extraordinárias são sempre monitoradas pela operação das barragens, porém, cheias naturais podem afetar os habitantes das margens dos córregos e rios com ou sem a presença da barragem na região.

Visando contribuir com a comunidade do entorno e para a sua proteção, a Neoenergia avisa as autoridades de proteção e defesa civil locais e legalmente responsáveis pela gestão de cheias toda vez que se conflagra uma cheia nos rios onde atua. Além disso, disponibilizou aos agentes de proteção e defesa civil e a comunidade em geral os dados hidráulicos de operação em tempo real via o Aplicativo PROX, disponível nas lojas de APPs Android e IOS, que podem ser acessados pelos QRcodes abaixo:

                                   

 

Por meio deste aplicativo PROX, a Neoenergia também disponibilizou às autoridades de proteção e defesa civil o mapeamento de risco de cheias naturais e também de ruptura das barragens, esta ferramenta detém uma função de aviso e alerta à comunidade com perfil de acesso às autoridades de proteção e defesa civil para que estas autoridades possam comunicar com a comunidade para avisá-los em caso de ameaças naturais aos quais as comunidades podem estar submetidas. No caso exclusivo do risco de ruptura de barragens, a Neoenergia avisará diretamente à comunidade também por esse importante aplicativo. Por isso é tão importante que a comunidade do entorno baixe e mantenha este aplicativo em seus aparelhos celulares.

 

Energia hídrica no Brasil

A presença de uma densa rede de drenagem que banha o território nacional (principalmente nas regiões sul e sudeste), a qual é composta por grandes rios caudalosos formados sobre terrenos planálticos, com desníveis que favorecem as quedas d’água e a formação de correntezas. Os reservatórios das usinas hidrelétricas conseguem controlar o fornecimento de energia, equilibrando oferta e demanda com uma fonte sustentável e renovável de energia, essencial para o desenvolvimento as demais fontes de energia renováveis e intermitentes, estes são fatores essenciais para o investimento do Brasil nessa fonte de energia. Com o compromisso com as energias renováveis e acompanhando essas oportunidades, a Neoenergia, uma das maiores empresas do setor elétrico, investe em quatro usinas hidrelétricas no país: Itapebi, Corumbá, Dardanelos, Baixo Iguaçu

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as hidrelétricas estão em 16 bacias hidrográficas nas diferentes regiões do Brasil. São áreas próximas aos rios brasileiros com maior capacidade em operação de usinas hidrelétricas: Tocantins, São Francisco, Grande, Paraná, Iguaçu e Paranaíba.

Segundo o Relatório de Segurança de Barragens (Agência Nacional de Águas e Saneamento - ANA,2024), o setor elétrico brasileiro armazena 89% da água armazenada em todo o território nacional. Trata-se de uma importante contribuição do setor elétrico à segurança hídrica nacional, assim,  as usinas hidrelétricas com reservatórios de acumulação contribuem para a perenização de rios e mitigação dos efeitos danosos das mudanças climáticas nos rios brasileiros. 

Sobre potencial de geração de energia, em 2021, o país bateu a marca de segundo país com maior capacidade instalada do mundo, com 109,4 GW, atrás apenas da China, que tem potência de 391 GW, segundo a Associação Internacional de Hidrelétrica (IHA, na sigla em inglês). No ranking, vêm em seguida: Estados Unidos (101,9 GW), Canadá (82,3 GW), Rússia (55,7 GW) e Índia (51,4 GW). Ao todo, a capacidade instalada mundial é de mais de 1,3 mil GW.

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