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Ciclismo: tudo sobre o esporte e locais imperdíveis para pedalar nas principais capitais do Brasil

11/08/23

Cada vez mais as pessoas têm consciência sobre a importância de praticar exercícios físicos para levar uma vida mais saudável. Nesse contexto, o ciclismo vem ganhando mais espaço, seja para lazer ou para competições de alto rendimento. O esporte é uma boa opção para a queima de gordura corporal e desenvolvimento de resistência muscular, e conta com várias modalidades para a prática.

História do ciclismo

Antes de falar sobre ciclismo, vale entender quem inventou a bicicleta. Registros históricos apontam que Leonardo da Vinci foi a primeira pessoa a desenhar uma bicicleta. Sua obra serviu de inspiração para outros inventores como o alemão Karl Christian Ludwig Drais von Sauerbronn que, em 1817, deu vida a uma bicicleta de madeira com rodas de ferro pesadas. Outros relatos históricos apontam que o chinês Lu Ban, conhecido por ser o patrono de engenheiros, inventou a bicicleta há mais de 2 mil anos.

Quando o escocês Kirkpatrick Macmillan inventou o movimento por pedais, a bicicleta passou a ser produzida em grande escala, em 1864, na fábrica de Pierre Michaux (dono da primeira empresa a construir bicicletas com pedais) e foi chamada de velocípede. O fato é que a magrela, como foi apelidado o veículo, passou a ser utilizada como meio de transporte na Europa, em países como França e Itália. Pouco tempo depois, os praticantes de ciclismo realizaram as primeiras competições oficiais.

O ciclismo de estrada foi a primeira modalidade a ser disputada em cima de uma bicicleta. A competição ocorreu em 31 de maio de 1868, no Parc de Saint-Cloud, em Paris. O britânico James Moore é considerado o primeiro ciclista a vencer uma prova.

Principais competições profissionais de ciclismo

Há registros de que o ciclismo foi introduzido nos Jogos Olímpicos em 1866, em Atenas, porém, nas edições subsequentes da competição, em Paris, 1900, St. Louis, 1904 e Londres, 1908, não houve disputa entre esportistas deste segmento.

Algumas das competições mais tradicionais do esporte são o Tour de France (a Volta da França), o Giro da Itália e a Volta da Espanha, que fazem parte das prestigiadas provas de três semanas de duração do Grand Tour de ciclismo. A etapa francesa é a mais antiga (em 2023 será a 110ª edição) e apontada como a mais prestigiada entre as três.

O ciclismo paralímpico é uma das modalidades mais praticadas por pessoas com deficiência. São várias categorias que permitem que atletas com paralisia cerebral, deficiência físico-motora, amputados ou deficientes visuais possam competir em alto nível.

Ciclismo no Brasil

No Brasil, a primeira bicicleta veio com a chegada dos imigrantes europeus, entre o final do século XIX e o início do século XX. A partir de 1895, as bicicletas faziam parte do cotidiano de algumas regiões brasileiras, especialmente nas cidades da região sul do país e em São Paulo. O uso do veículo era estritamente para lazer e locomoção.

Neste mesmo ano, surgia na capital de São Paulo o Velódromo Paulista, estrutura com capacidade de abrigar um público de mil pessoas, número significativo em comparação com a população paulistana à época, estimada em 65 mil pessoas em 1890 e 240 mil pessoas em 1900. Assim começaram a ser disputadas as primeiras competições no Brasil.

O Velódromo Paulista teve vida curta. Em 1900, surgiu o Club Athlético Paulistano, equipe de futebol que transformou a estrutura num estádio, com capacidade para 15 mil pessoas. Em 1915, com a morte da proprietária do local, os herdeiros venderam o terreno. Hoje, o lugar é a Rua Nestor Pestana - conhecida como Rua da Consolação -, uma das mais importantes vias da cidade de São Paulo. 

Ciclomobilidade

Nos últimos anos, as discussões sobre a ciclomobilidade no Brasil avançaram, mas ainda falta muito para que se estabeleça uma política pública de fomento e incentivo ao modal de transporte. As ações nesta área até registram crescimento, mas não há um planejamento. Os incentivos são locais e muitas vezes são resultado de pressão popular. Assim, principalmente nas grandes cidades brasileiras, há ciclovias e ciclofaixas sem nenhum tipo de padronização, sem segurança e sem oferecer estrutura que estimule o cidadão a deixar de usar veículo motorizado em função da bicicleta.

Os ciclistas precisam dividir espaço com automóveis em vias sem sinalização adequada para esses veículos, o que coloca em risco a integridade física de quem está pedalando. Entre 2004 e 2017, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou média de mortes anual de 1,4 mil ciclistas, de acordo com um levantamento feito pelo Programa Bicicleta Brasil, do Senado Federal.

Um documento feito pela União Europeia de Ciclistas (ECF, na sigla em inglês) apontou que o uso da bicicleta tem impacto direto e indireto nos 17 ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - da Organização das Nações Unidas (ONU). No ODS 1, por exemplo, que trata da erradicação da pobreza, o estudo indica que a bicicleta é um meio de transporte economicamente acessível, o que facilita o acesso à escola, comércio, trabalho e atividades políticas e culturais. Já o ODS 5, sobre igualdade de gênero, mostra que a bicicleta tem um papel importante na emancipação feminina e na luta pelos direitos das mulheres. Ainda hoje, a bicicleta é uma ferramenta de empoderamento das mulheres nas cidades que são, geralmente, planejadas e construídas para o automóvel e para os homens.

O documento da ECF inspirou a União de Ciclistas do Brasil (UCB), que nacionalizou o estudo e apontou como a bicicleta impacta em todos os ODS no país. O documento completo pode ser acessado aqui.

Dia do Ciclista: 19 de agosto

Desde 2018, é comemorado em 19 de agosto o Dia Nacional do Ciclista. A data foi criada em memória do ciclista brasiliense Pedro Davison, morto em 2006, aos 25 anos, por um motorista embriagado, enquanto pedalava no eixo Sul da cidade de Brasília.


 

O que é necessário para começar no ciclismo?

Uma boa maneira de começar qualquer atividade nova é ter uma fonte de inspiração. A executiva Renata Chagas, diretora-presidente do Instituto Neoenergia, descobriu no ciclismo uma forma de cuidar da saúde física e mental. Ela passou a praticar o esporte em 2017 por influência do marido e se apaixonou. De lá para cá, uma rotina de treinos além do pedal passou a fazer parte de sua rotina, como natação, corrida e musculação para melhorar a performance e evitar lesões. Assim, Renata passou a competir em corridas de ruas, maratonas e provas de ciclismo.

Quem deseja começar no esporte deve tomar alguns cuidados que passam desde uma avaliação médica prévia até a escolha correta do equipamento. O aspirante à atividade deve:

- Realizar um check-up médico para saber se está apto a praticar a modalidade;

- Também é recomendável uma avaliação física para estabelecer o ritmo do treinamento e diminuir o risco de lesões;

- Adotar em sua rotina uma boa alimentação para uma prática segura;

Além disso, o conselho de Renata para quem está disposto a começar a pedalar é procurar um professor ou uma assessoria esportiva experiente, que vai dar a base necessária para evoluir no esporte. Ela explica que o ciclismo é um esporte de risco, então é muito importante conhecer as regras de trânsito para praticar com mais segurança.


Pedalar em grupos com o mesmo nível de experiência, seja iniciante, intermediário ou avançado, também é um estímulo muito importante.


Para quem deseja participar de competições, como Renata, há muitas possibilidades. No caso dela, já foram várias corridas de rua, duas meia-maratonas e algumas provas de ciclismo. A primeira prova foi o Gramper, em Minas Gerais, e a executiva conquistou o 3º lugar na categoria.

Locais imperdíveis para pedalar nas principais capitais do Brasil

Além de contribuir com a qualidade de vida e bem-estar, o uso da bicicleta como meio de transporte ou em momentos de lazer é benéfico para o meio ambiente, por não emitir carbono. Confira uma seleção de lugares imperdíveis para levar a bicicleta pelo Brasil:


  • Recife

A capital de Pernambuco possui 174 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, vias especiais para ciclistas. Nos domingos e feriados nacionais, são instaladas rotas que passam por pontos turísticos em todas as áreas e convergem no Marco Zero, localizado na região histórica da cidade. 

Para quem busca uma pedalada com vista para o mar, a orla da praia de Boa Viagem pode ser finalizada com uma visita aos polos gastronômicos da região, com comidas típicas e um clima descontraído.

De acordo com um levantamento realizado pela empresa Tembici em Recife, houve um aumento de 76% no número de deslocamentos de bicicletas compartilhadas em janeiro de 2023, comparado com o mesmo período do ano anterior.


 

  • São Paulo

Os parques paulistanos são sempre uma boa pedida para quem busca pedalar em família ou sozinho. Aos finais de semana, lugares como o Parque do Ibirapuera e o Parque Villa-Lobos estão sempre lotados de pessoas andando de bicicleta. Aos domingos, a Avenida Paulista, que é um dos principais cartões postais da cidade, fica fechada para carros e motos e recebe paulistanos e turistas que querem caminhar ou pedalar.

No centro da cidade, o Minhocão - um viaduto que vai até a praça Roosevelt - é interditado para carros e recebe amantes das bicicletas para pedalar entre os prédios mais antigos da cidade de São Paulo.


 

  • Rio de janeiro

O Mirante Vista Chinesa é um local imperdível para quem já tem uma experiência média com ciclismo e busca a bela paisagem do Parque Nacional da Tijuca. Além da biodiversidade local, é possível avistar animais como macacos, quatis, gaviões e tucanos. O passeio pode passar ainda pela Mesa do Imperador e pela Cachoeira do Horto, que mostram uma paisagem de tirar o fôlego.

A Lagoa Rodrigo de Freitas também está nos destaques da cidade. Lá é possível pedalar enquanto observa outros esportistas praticando stand-up paddle e andando de skate. Para finalizar o passeio, vale descansar no píer ou visitar os restaurantes da região. Há ainda as ciclofaixas que permitem o passeio em cartões postais da cidade, como o Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara.

No dia a dia, a paisagem fluminense serve de cenário para Renata Chagas. Ela destaca principalmente as áreas da Vista Chinesa, do Parque Nacional da Tijuca e do trajeto da Zona Sul à Zona Oeste passando pela Barra, Prainha e Grumari, que são percursos desafiadores de distância e altimetria.



 

  • Curitiba

Um trajeto de 70 km da capital paranaense para a cidade de Morretes é um trecho que agrada os amantes do ciclismo. Conhecido por turistas que fazem o deslocamento de trem, o percurso feito por grupos amantes dos pedais passa pela Serra da Graciosa e por trechos de Mata Atlântica que terminam na cidade conhecida pela arquitetura e pelo tradicional barreado, um prato típico da culinária açoriana, que leva carne e farinha antes de ser cozido por horas em uma panela de barro.

 


 

  • Brasília

O Parque da Cidade de Brasília é um dos maiores parques urbanos do mundo e o maior da América Latina, com 420 hectares. O local conta com uma ciclovia de 10 quilômetros, utilizada para competições e lazer. É um dos principais passeios em Brasília tanto para os moradores quanto para quem visita a cidade. O projeto do parque foi desenvolvido pelo urbanista Lúcio Costa e o projeto arquitetônico é obra de Oscar Niemeyer. O paisagismo conta com a assinatura de Burle Marx e os azulejos encontrados na parte externa de banheiros públicos são de Athos Bulcão. Outro ponto interessante para pedalar é a ciclofaixa da Esplanada dos Ministérios.



 

  • Belo Horizonte

Os 18 quilômetros da Lagoa da Pampulha são perfeitos para o ciclismo. A ciclovia que se estende ao longo da margem tem 29,67 quilômetros de extensão na região, a maior entre as demais áreas de Belo Horizonte, além de estradas de asfalto liso. Essa característica faz com que a lagoa reúna todos os dias ciclistas de toda a cidade, que aproveitam a proximidade com a natureza para praticar o esporte em um ótimo clima.

A lagoa faz parte de um complexo de monumentos arquitetônicos concebidos por Oscar Niemeyer, que tem outras atrações turísticas como o Jardim Botânico, o Jardim Zoológico de Belo Horizonte, O Estádio do Mineirão, a Igreja de São Francisco de Assis e o Museu de Arte da Pampulha.

As modalidades de ciclismo

O ciclismo conta com três modalidades que apresentam características específicas:

  • Ciclismo de Estrada

O ciclismo de estrada é o mais conhecido como modalidade. Neste formato, os ciclistas andam em estradas pavimentadas, o que inclui recreação, corrida, deslocamento e ciclismo utilitário.

Como esporte, os campeonatos podem ser disputados de forma individual ou em equipe, e a competição, por resistência ou tempo.

  • Mountain Bike (MTB)

A modalidade é praticada em percursos irregulares e com obstáculos. Conhecida também por Ciclismo de Montanha, o esportista deve estar preparado para realizar possíveis reparos, já que as provas são feitas em locais mais afastados.

A modalidade Mountain Bike também pode ser dividida em vários estilos, sendo dois mais conhecidos no Brasil: o Cross Country (XCO) e o Marathon (XCM).

  • Ciclismo de Pista

Essa modalidade é praticada no velódromo com bicicletas de roda fixa, que não possuem freios. Para a frenagem, os atletas precisam reduzir a rotação pelos pedais. As bicicletas possuem apenas uma marcha e os esportistas devem usar o capacete aerodinâmico.

As competições oficiais são divididas, já que existem as provas de Sprint, disputadas por dois atletas; Team Pursuit, feita com duas equipes de quatro atletas cada; e Omnium, composta por seis tipos de disputas diferentes com dois dias de duração. São elas: Flyin Lap, Scratch, Perseguição Individual, Contrarrelógio, Eliminação e Corrida de Pontos.

Bicicletas para cada modalidade

Após ter clareza das modalidades de ciclismo existentes e os objetivos de cada atleta, é importante escolher a bicicleta correta. Por exemplo, se o objetivo for fazer trilhas, o ideal é o uso das conhecidas Mountain Bikes. Se a opção for andar pelas ciclovias e ciclofaixas das grandes cidades, o recomendado é a Speed Bike. Vale lembrar que antes de começar a praticar, é necessário também o investimento em itens de segurança, como capacetes, luzes e faróis, e lembrar de manter-se sempre hidratado durante a prática.

Apoio da Neoenergia ao ciclismo

Em 2023, a Neoenergia anunciou o patrocínio da campeã brasileira sub-23 de ciclismo de estrada e de contrarrelógio, Ana Vitória Magalhães, a Tota. Durante o período de dois anos do contrato, a atleta, natural do Rio de Janeiro, vai competir no circuito europeu, no mais alto nível do ciclismo mundial. A Neoenergia será exposta pela atleta durante seus treinos individuais em equipamentos, como capacete, bratelle, camisa, boné e outros itens que permitam uso de publicidade, assim como em mídias sociais.

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