Mario Ruiz-Tagle: transição energética é movida por inovação e novas tecnologias
Por Mario Ruiz-Tagle*
Nos últimos anos o desenvolvimento tecnológico e a inovação têm se mostrado cada vez mais essenciais à evolução do setor elétrico no Brasil e no mundo. É evidente que os caminhos se abrem à medida que novos produtos, ferramentas, sistemas são criados e descobertos, os serviços se tornam mais eficientes, a economia aquece e o mercado amadurece. As pessoas se desenvolvem e as empresas conseguem atrair e reter seus talentos com a inovação e a incorporação de novas tecnologias
O setor elétrico tem crescido exponencialmente e estamos atentos aos movimentos globais, tendo consciência dos desafios setoriais e, ao mesmo tempo, possuindo uma das matrizes energéticas mais renováveis do planeta.
Recentemente, demostramos como a modernização e a digitalização são essenciais na vida de cada brasileiro. Sem a energia não conseguiríamos executar nossas atividades diárias. Nesse sentido, o principal desafio do processo de transição energética é regulamentar a incorporação de novas tecnologias, mais inovadoras e disruptivas, para tornar nossa vida mais conectada, mais eficiente e nos prover de uma energia mais barata.
Todo esse avanço já nos trouxe resultados, como a geração de recursos para gerarmos nossa própria energia em casa, por meio das placas solares. Vale dizer também que nossa expertise em mercados internacionais nos inspira a traçar metas de um futuro mais limpo, em especial, com o crescimento das fontes eólicas, e para atuarmos com mais eficiência. Em uma empresa do setor elétrico, investir em soluções, tecnologia e modernização é atuar diretamente na saúde financeira da companhia e na preservação do meio ambiente. O desenvolvimento sustentável para alcançar uma economia de baixo carbono só será possível se todas essas ações forem tidas como estratégicas e de fato realizadas.
Sabemos que não é um caminho fácil, uma transição nunca é gratuita, esse é o desafio para construir uma regulação eficiente e direcionada ao conceito de todas essas tecnologias promissoras. Temos que buscar maximização das forças de todos os agentes envolvidos nesse processo. Acredito que não haverá outra chance para o alcance dessas metas e é muito importante o compromisso das organizações. O papel do setor privado é de extrema importância, com atuação ativa ao provocar discussões e motivar a criação de políticas públicas, engajando os governos e estados nesse propósito. Essa é a forma de a transição energética ser uma ação sustentável e duradora no tempo, caso contrário os resultados serão de curto prazo e o fracasso será muito oneroso para o Brasil e o seu setor elétrico
Precisamos encarar a transição energética como uma legítima oportunidade, não só do ponto de vista de investimentos que realizamos na implementação das novas tecnologias, mas no surgimento de novos conceitos, novas atividades empresariais e uma nova cultura de gestão dos negócios, bem como dos comportamentos humanos e dos nossos clientes.
Como fomento à inovação e à gestão colaborativa, nós da Neoenergia lançamos recentemente a plataforma “GoIn”, parte de uma iniciativa estruturante de governança, que transforma as ideias sugeridas pelos colaboradores em soluções viáveis para todas as áreas de negócio da empresa. O sistema é inédito no mercado por sua abrangência e funcionalidades, desenvolvido pensando na inovação de ponta a ponta.
É importante reforçar que a transformação energética não é uma ruptura, é uma transição e toda transição é longa e gradual, devendo ser bem estudada para gerar os resultados esperados. Com seu desenvolvimento, geram-se tecnologias que criam empregos, renda e ganhos para a população brasileira. Faz 25 anos que estamos trabalhando ativamente por esse caminho da sustentabilidade energética, trazendo energia renovável e limpa.
A meu ver, os investimentos em tecnologia e energia limpa são um caminho sem discussão. Descobrimos um grande potencial na eólica marinha, assim como no hidrogênio verde, importante vetor para acelerar a descarbonização industrial e para contribuir para eletrificação dos processos, uma vez que é obtido a partir de fontes renováveis. Ambos estão em fase de estruturação regulatória justamente para que possam ser incorporados no movimento da transformação energética. Soluções como o armazenamento de energia, baterias, usinas hibridas e hidrelétricas reversíveis, da mesma forma, devem estar na pauta do setor.
O futuro é promissor e temos muito a percorrer para cumprirmos nosso objetivo de neutralidade das emissões em 2050. Tenho uma visão otimista de que as mudanças focadas na descarbonização, descentralização e digitalização trarão oportunidades únicas para o Brasil e para o planeta como um todo. Temos um grande potencial e o setor elétrico será um dos principais agentes nessa transição, sempre aliado à inovação.
*Artigo escrito por Mario Ruiz-Tagle, CEO da Neoenergia
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