Também conhecida como Costa Branca, a região da Bacia Potiguar, situada no Rio Grande do Norte, é uma localidade importante que reúne uma complexa rede de ecossistemas naturais, abrigando uma grande quantidade de animais e plantas em áreas de manguezais, dunas, praias, restinga e caatinga. Além disso, a área é um ambiente ideal para o descanso de diversas espécies de aves, dentre elas as aves limícolas, espécies caracterizadas por suas patas longas e finas e uma alimentação baseada em pequenos invertebrados presentes na areia e lama. Algumas espécies utilizam a região como área reprodutiva e outras como áreas de descanso após enfrentar longas jornadas em sua migração vindas do Hemisfério Norte.

Desde 2015, o Instituto Neoenergia tem apoiado o projeto Flyways Brasil, uma iniciativa da SAVE Brasil voltada para a conservação de aves limícolas migratórias e seus habitats na Bacia Potiguar. Essa colaboração não só contribui para a preservação dessas espécies em um nível hemisférico, mas também envolve ativamente a comunidade e os governos locais na conscientização sobre a importância dessas aves e seus ambientes. Em três municípios da região - Galinhos, Guamaré e Macau, biólogos e ornitólogos do projeto monitoram e mapeiam esses animais, registrando seus padrões de chegada e saída, assim como seus comportamentos a distúrbios antrópicos em outras regiões.

Conheça mais sobre a Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas

Na última segunda-feira, a região da Bacia Potiguar recebeu o título de Sítio WHSRN (Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas), isso significa que a localidade é uma área designada como importante para a conservação de aves limícolas. Reservas desse tipo são reconhecidas internacionalmente como locais cruciais para a sobrevivência e reprodução de várias espécies de aves migratórias, que dependem de habitats costeiros e áreas úmidas ao longo de suas rotas. A iniciativa visa proteger e gerenciar áreas chave de habitat para garantir a sobrevivência das aves limícolas e manter suas populações saudáveis, em um esforço colaborativo que envolve governos, organizações não governamentais, cientistas, empresas, comunidades locais e demais interessados na conservação das aves limícolas. Os Sítios WHSRN são escolhidos com base em critérios rigorosos, incluindo a presença de grandes concentrações de aves limícolas durante seus ciclos migratórios, a disponibilidade de habitats adequados para alimentação, descanso e reprodução, e o compromisso local e governamental com a conservação dessas áreas. Atualmente, a Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas conta com mais de 446 parceiros, abrangendo cerca de 38,9 milhões de hectares de habitat de aves limícolas em 122 localidades distribuídas por 20 países, dados que reforçam a importância da obtenção desse reconhecimento internacional e o seu poder de influência para a adoção de novas políticas públicas que visem a proteção das aves limícolas migratórias no Brasil.

A importância do Investimento Social Privado para a preservação de habitats

A obtenção do título reforça o compromisso do Instituto Neoenergia para a preservação de habitats naturais importantes para a proteção de espécies e para o combate às mudanças climáticas. É fundamental que organizações estejam comprometidas com o assunto, pois a conservação da biodiversidade e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas são desafios urgentes que exigem ações coordenadas e responsáveis de todos os setores da sociedade. Além disso, o título contribui significativamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU, por meio de ações essenciais para avançar em direção a um futuro mais sustentável.  Ao apoiar a proteção de habitats naturais, o Instituto Neoenergia está não apenas alinhado com os princípios dos ODS, mas também atuando como um exemplo inspirador para outras organizações seguirem.

Assista ao vídeo e conheça mais sobre o Flyways Brasil