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Transformação digital no setor elétrico: do uso de tecnologias ao Open Energy

27/12/19

​​​​​                     transformação digital

As gerações X e Y, nascidas antes dos anos 2000, acompanharam de perto as rápidas mudanças desde a chegada de redes sociais, compras online, conexão por celulares, relógios e tantos outros dispositivos e facilidades disponíveis atualmente. Tudo isso faz parte da transformação digital, marcada pelos avanços tecnológicos que impactam não só as pessoas, mas também empresas e a economia como um todo. Todos os setores passam por esse processo, incluindo o mercado de energia elétrica. 

 

 

O que é transformação digital?

Transformação digital é o complexo processo de mudanças causadas pela incorporação de soluções disruptivas. O conceito vai além da utilização da internet no dia a dia e engloba as alterações na cultura das organizações, que, em qualquer segmento, passam a ter uma atuação voltada à inovação.

A tecnologia pode ser usada para dar mais eficiência à gestão e às atividades das empresas, além de facilitar o atendimento aos clientes. Para isso, é necessário administrar grandes bases de dados e garantir os direitos das pessoas à informação e à segurança e privacidade

 





 

  • 4ª Revolução Industrial e Indústria 4.0
     

Enquanto as revoluções anteriores marcaram a história pela chegada da eletrônica e das telecomunicações, no século 20; pela eletricidade, no fim do século 19; e pela mecanização da produção, no século 18, a quarta revolução industrial, também conhecida como Indústria 4.0, foi responsável por acelerar a transformação digital, impactando o mercado de trabalho, a sociedade e a geopolítica como um todo. Com a automatização da produção, criação de processos cada vez mais inteligentes, intuitivos e centrados no usuário por meio de aplicativos, por exemplo, nasce uma série de ferramentas e campos do conhecimento como Big Data, Inteligência Artificial e Internet das coisas. 

 



 

  • Big data, IA, IoT e outras ferramentas para a transformação digital

A revolução digital que está em andamento tem entre as soluções tecnológicas em expansão:

Inteligência artificial (IA)

Programação, por meio de dados e algoritmos, para que máquinas e sistemas de computação possam tomar decisões.

A inteligência artificial é feita para simular as capacidades humanas e está presente desde o dia a dia das pessoas, como em ferramentas de controle por voz usuais, até em empresas, organizações públicas e gigantes da tecnologia.​


 
 
 

Internet das coisas (IoT)

Capacidade de conectar objetos à internet, fazendo com que eles transmitam e coletem dados. Alguns exemplos são smart TVs e lâmpadas inteligentes.

A IoT (sigla em inglês de internet of things, traduzida como internet das coisas) pode ter também funções de IA, que fazem com que atendam comandos de forma automatizada.​


 
 
 

Big data, data analytics e business intelligence

Os dados gerados no mundo chegaram a 40 trilhões de gigabytes em 2020, número que está em crescimento com um uso cada vez maior da internet, gerando novos conceitos relacionados à análise dessas informações para encontrar padrões e interpretá-las, ou data analytics.

Big data é um desses termos e significa um conjunto de dados massivos, em grande volume e complexidade. Business intelligence é a análise dos dados para formular estratégias de negócios.​


 
 
 

Tecnologia e energia: como os processos digitais podem transformar o setor elétrico?

A digitalização é um dos pilares da transição energética. Com um maior uso de fontes renováveis como eólica e solar, que não são constantes, é necessário um maior controle sobre os processos de geração, transmissão e distribuição de energia para manter a segurança sobre o fornecimento dos serviços. A tecnologia permite a automatização dessas atividades, além de permitir a análise dos dados, aumentando a previsibilidade.

Um exemplo é o Software de Incidências Automáticas (Sofia), que acompanha os dados das torres meteorológicas no Complexo Renovável da Neoenergia para identificar problemas na medição da velocidade e da direção dos ventos, radiação global e difusa, temperatura, umidade e pressão. 

 

 

  • Smart grids, as redes inteligentes

A transição energética marca a troca de combustíveis fósseis — petróleo, carvão e gás natural — pela eletricidade obtida a partir de fontes limpas. A energia elétrica é cada vez mais usada na mobilidade urbana, na produção industrial e em outras atividades. Com o uso de soluções tecnológicas, é possível conhecer as condições do sistema elétrico para melhorar a qualidade dos serviços mesmo com o aumento da demanda.

O uso da tecnologia é impulsionado também pela descentralização da produção de energia, com o crescimento da geração distribuída, como em sistemas solares residenciais. Essa mudança impacta diretamente nas concessionárias, que tornam-se Operadoras de Sistema de Distribuição, as chamadas DSO. As empresas, que antes entregavam a eletricidade ao cliente, passam a receber também a geração desses consumidores, precisando administrar fluxos multidirecionais. O Projeto Energia do Futuro é um caso brasileiro de DSO.

Para isso, são usados mecanismos de auto​mação, medição inteligente, sensores, sistemas de tempo real, big data, analytics, internet das coisas, entre outras soluções. Essas ferramentas fazem parte do conceito de smart grids, as redes inteligentes, uma tendência global no setor elétrico.

Para a distribuição de energia, uma das tecnologias para manter a qualidade dos serviços é a implantação de lógicas de self healing, a auto recomposição da rede. Os equipamentos conseguem realizar manobras para isolar a área se houver ocorrências que impactam o sistema, como quedas de árvores, descargas atmosféricas ou ações de animais. Assim, o serviço pode ser restabelecido em segundos para o maior número de clientes possível.

Medidores inteligentes instalados nos imóveis de consumidores são outros dispositivos que podem auxiliar nessa função, além de enviar as informações sobre o consumo e a qualidade da energia fornecida diretamente aos Centros de Operações das empresas. 

 

 

  • Digitalização e experiência do cliente

A transformação digital impacta no relacionamento entre empresas e consumidores, em um momento em que eles estão no centro dos negócios. Uma melhor experiência dos clientes engloba agilidade, facilidade, empatia, valores, entre outras questões.

Com novos canais digitais, transformação de processos e arquiteturas, Data Analytics e a automatização, é possível conhecer melhor os clientes e se relacionar com eles de forma mais assertiva e fácil, de forma humanizada.

Open Energy: o que é e o que tem a ver com os dados dos consumidores brasileiros

O Open Banking já é uma realidade no sistema bancário e os dados financeiros podem ser compartilhados entre diferentes instituições se houver autorização dos clientes. O mesmo princípio poderá ser aplicado ao setor elétrico, por meio do Open Energy, conceito que prevê que as informações pertencem aos consumidores e podem ser operadas por diferentes agentes do mercado, incluindo empresas e órgãos públicos.

Em 2022, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recebeu, sobre o Open Energy, um pedido de sandbox regulatório — a criação de um ambiente experimental com regras próprias para testar e analisar a viabilidade de uma solução inovadora.

O objetivo é criar modelos para que se possa trabalhar com esses dados em diversas plataformas. Para a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), esse é um passo fundamental para a abertura do mercado. No Brasil, grandes consumidores — conectados à alta tensão ou com demanda contratada a partir de 500 kW, correspondente a cerca de R$ 40 mil de fatura — têm flexibilidade para escolher o fornecedor de energia, no chamado mercado livre ou Ambiente de Contratação Livre (ACL). O setor está em processo flexibilização para que todos possam participar do ACL, mudança prevista no projeto de lei 414/2021, em discussão no Congresso Nacional.

A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) aponta que hoje os dados não podem ser padronizados porque são coletados em planilhas, passíveis de erros. O acesso às informações — que devem ser tratadas com privacidade e segurança — contribui para a oferta de produtos personalizados, que podem ser gerados a partir de ferramentas de análise de dados.​


 

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