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Pantanal: Biodiversidade que une as maiores bacias da América do Sul
Conhecido mundialmente por suas belezas naturais, o Pantanal desempenha um papel de destaque na conservação da biodiversidade da América do Sul. O bioma é a maior planície alagável do planeta e mais de 3.500 espécies de plantas e animais já foram identificadas no território, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O bioma é tão importante que foi tombado como Patrimônio Natural da Humanidade, pela Constituição de 1988 e, nos anos 2000, ganhou o título de "Reserva da Biosfera", da Unesco. Além disso, com o objetivo de impulsionar a preservação da fauna e flora do ecossistema, o dia 12 de novembro foi instituído pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em 2008, como o Dia do Pantanal. A data também homenageia o professor e ambientalista Francisco Anselmo de Barros, que dedicou-se durante 30 anos à luta pela preservação do bioma.
Onde está localizado o Pantanal?
O Pantanal é o menor bioma existente no Brasil, representando cerca de 2% do total nacional. Ele está localizado no Centro-Oeste do país, ocupando parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e também pode ser identificado no norte do Paraguai e no leste da Bolívia.
Segundo o governo federal, diversas comunidades tradicionais habitam as áreas de extensão do Pantanal, como indígenas, quilombolas, coletores de iscas ao longo do Rio Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai Mirim, contribuindo para a formação cultural da população pantaneira.
Bioma do Pantanal: fauna e flora
Mesmo sendo o bioma de menor extensão do Brasil, o Pantanal é a maior planície inundável do planeta e conta com um reservatório de água doce com altitudes que chegam a 150 metros. Durante períodos de cheia, seu cenário se transforma em um grande lençol d'água. A área também é circundada por planaltos que atingem, em média, 700 metros de altitude.
No território brasileiro, o Pantanal é o único que reúne espécies de plantas, árvores e animais de outros biomas, como Cerrado, Caatinga e Amazônia. A flora pantaneira abriga, por exemplo, o camalote-da-meia-noite e a vitória-régia, migrados da Amazônia, e árvores tortuosas baixas e de médio porte, também identificadas no Cerrado.
A vegetação local é variada, principalmente pela inundação do solo da região. Próximo aos rios, as matas ciliares têm características densas, com figueiras e ingazeiros e buritis, além dos vegetais aquáticos, como vitórias-régia, aguapés, ervas-de-santa-luzia, utriculárias e cabombas.
A fauna do Pantanal é conhecida por ser muito rica e abrigar animais de diversas regiões do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase toda fauna do país pode ser encontrada no bioma.
O símbolo oficial do Pantanal, segundo a Lei 5950/1992, é o Jabiru mycteria, ave popularmente conhecida como tuiuiú. Ela pertence à família Ciconiidae (das cegonhas), maior da região com capacidade de voar – pode chegar a 1,60 metros de altura e pesar até 8 quilos. Possui pernas compridas, bico longo, cabeça preta, faixa vermelha no pescoço e corpo branco. O tuiuiú se alimenta de moluscos, peixes, répteis, insetos e pequenos mamíferos, além de peixes mortos.
Outras espécies presentes no bioma, também bastante conhecidas e muito importantes para a biodiversidade local, são: a onça-pintada (Panthera onca), o jacaré-do-pantanal (Caiman yacare), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), a ariranha (Pteronura brasiliensis) e a sucuri-amarela (Eunectes notaeus).
Como é o clima do Pantanal?
O Pantanal recebe influências do clima tropical, tendo o verão marcado por chuvas (entre outubro e março) e o inverno seco (entre abril e setembro), contribuindo para o turismo local, fator importante para a economia da região.
Durante o período de chuva, com a temperatura ultrapassando 30 graus Celsius, o turismo é limitado e a pesca é proibida, devido a época de reprodução dos peixes. Já durante a seca, os visitantes aproveitam a temperatura mais amena, entre 20 e 25 graus Celsius, para passeios de barco e compras no comércio local.
Preservação do bioma
Diversas ações de preservação são realizadas na região pantaneira. Por ser um Patrimônio Nacional do Brasil, o bioma é protegido pela Constituição Federal. Atualmente, a principal iniciativa do Departamento de Ecossistemas do MMA para o Pantanal é o Projeto GEF Terrestre – Estratégias de conservação, restauração e manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal, coordenado pelo MMA, implantado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e executado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). O programa foi iniciado em maio de 2018, com previsão de término em maio de 2023.
Apesar da iniciativa, as riquezas do Pantanal estão ameaçadas por consequências de ações do homem e dos desastres causados por mudanças climáticas. Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o crescimento dos incêndios na região foi de 200% entre 2019 e 2020. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou ainda que as queimadas devastaram cerca de 29% do território do bioma.
Em 2020, o Pantanal passou pelo maior incêndio já ocorrido na região, consumindo 30% da área do bioma. Na época, diversas ONGs, voluntários, instituições e empresas, como a Neoenergia, se uniram para conter os prejuízos causados ao meio ambiente e às populações locais. Dois anos após o desastre, analistas do meio ambiente identificaram que os animais estão retornando aos locais atingidos pelos incêndios, mas a recuperação da fauna e flora ainda pode demorar décadas.
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