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​Também conhecido como Campos do Sul ou Campos Sulinos, o nome “Pampa" tem origem indígena e significa "região plana", condizente com a principal característica do ecossistema: um extenso território de gramíneas (capins, gramas ou relva). O Pampa foi reconhecido como bioma nacional em 2004, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançaram o Mapa de Biomas Brasileiros.

Localização e clima

A área de extensão do Pampa é de 176,5 mil quilômetros quadrados - cerca de 2% do território nacional. O bioma ocupa 63% do Rio Grande do Sul e também partes da Argentina e do Uruguai.

O clima da região é subtropical, com temperaturas médias de 18 graus Celsius e com as quatro estações do ano bem definidas. Durante períodos mais frios, sopra o minuano (ou pampeiro), vento gelado e seco vindo da Argentina. As chuvas ocorrem de forma distribuída ao longo dos meses e secas prolongadas são raras em seu território.

Fauna e flora do Pampa

O Pampa é um bioma com uma biodiversidade muito rica. Além dos campos de gramíneas, que realizam um trabalho fundamental na absorção de carbono da atmosfera e controle de erosão do solo, o território abriga florestas nas margens dos rios e diversas espécies de fauna e flora.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o bioma contém mais de três mil espécies de vegetais, sendo grande parte delas endêmicas - ou seja, que só ocorrem na nesse tipo de região -, além de diferentes tipos de fauna, que dependem dos campos para viver. Em relação à flora da área territorial do Pampa, 2.817 espécies de plantas já foram identificadas, sendo que 408 delas têm seu estado de conservação conhecido e 28% encontram-se sob algum risco de extinção.

Quase 800 espécies de animais já foram identificadas na região do Pampa. Entre elas, 102 tipos de mamíferos, 476 aves, 50 anfíbios, 97 répteis e 50 peixes. O bioma abriga ainda sete das dez espécies mais comuns de felinos no Brasil, entre eles, o Gato dos Pampas (Leopardus pajeros), também conhecido como gato-palheiro, símbolo do ecossistema. Esse animal possui porte pequeno, mede entre cerca de 60 centímetros e pesa entre 1,7 e 6,4 quilos, se assemelhando a um gato doméstico.

Outro bichos também são vistos apenas nas áreas do Pampa, como o Tuco-tuco (Ctenomys flamarioni) e o beija-flor-de-barba-azul (Heliomaster furcifer); e algumas ameaçadas de extinção tais como: o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e o caboclinho-de-barriga-vermelha (Sporophila hypoxantha). O  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) avaliou 956 espécies de animais e constatou que 78 delas correm risco de desaparecer.

Preservação

O Pampa é o bioma com a menor representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), com apenas 3% da área protegida por unidades de conservação. As novas formas de exploração estão colocando a vegetação nativa em risco. De acordo com a Embrapa, além das atividades agrícolas, a mineração, a ocupação por espécies invasoras e a caça também ameaçam a biodiversidade local. Cerca de 145 espécies de plantas e 49 tipos de fauna estão sob risco de extinção.

O avanço de atividades econômicas sustentáveis é um dos fatores que contribuem para a conservação do Pampa. A valorização da pecuária com manejo do campo nativo, o planejamento regional, o respeito aos limites do ecossistema e o zoneamento ambiental promovem a preservação da biodiversidade e o desenvo​lvimento econômico social local.

Atualmente, o principal trabalho tocado pelo Departamento de Ecossistemas do MMA para o bioma é o Projeto GEF Terrestre - Estratégias de conservação, restauração e manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal, coordenado pelo MMA, implantado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e executado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). O programa foi iniciado em maio de 2018, com previsão de término em maio de 2023.​