Camada de ozônio: o que é, função, importância e dicas de preservação
Muito tem se falado nos últimos anos sobre a camada de ozônio e a importância da sua preservação para a vida humana no futuro. Mas afinal, o que é a camada e que cuidados se deve ter para preservá-la? A camada de ozônio é considerada o escudo protetor da Terra e, de acordo com inúmeras pesquisas, tem sido aos poucos destruída por atitudes humanas. São diversas as consequências dessa destruição, mas autoridades em todo o mundo vêm trabalhando para tornar esse risco cada vez menor.
O que é a camada de ozônio e sua função?
A camada de ozônio localiza-se em uma região da atmosfera, denominada de estratosfera, entre 20 km e 35 km da superfície do planeta Terra. A molécula do gás ozônio é formada por três átomos de oxigênio (O3). A função da camada é garantir a proteção contra os efeitos nocivos dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. O ozônio é um único gás capaz de filtrar a radiação ultravioleta (UV-B), prejudicial aos seres vivos.
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O que pode destruir a camada de ozônio?
Na década de 1970, foi detectado por cientistas britânicos a existência de um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. Desde então, pesquisas registram que ela está se tornando mais fina em várias partes do mundo, especialmente nas regiões próximas do Pólo Sul e Pólo Norte.
Algumas substâncias químicas, fabricadas pelo pelo homem, contribuem para a destruição dessa camada e, consequentemente, geram o aquecimento global e produzem o efeito estufa. Na lista dos produtos que são danosos, estão os óxidos nítricos e nitrosos, que são produzidos e liberados na atmosfera pelos canos de descarga dos veículos.
O dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), ocasionado pela queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, e os gases clorofluorcarbonos (CFCs), usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos de refrigeração e para produzir materiais plásticos, também são grandes fatores para a destruição da camada.
Estudos publicados em 1974 sobre o impacto dos CFCs mostraram que raios ultravioletas do Sol poderiam fazer a decomposição dessa substância, liberando cloro e gerando uma reação química que provoca a destruição do ozônio na atmosfera. Na época, os CFCs eram utilizados devido à sua baixa toxicidade, praticidade e preços.
Quais são as consequências da destruição da camada de ozônio?
Além de contribuir para a aceleração do aquecimento global, a formação de um buraco na camada de ozônio pode impactar animais, plantas e seres humanos:
● Diminuição das plantas - A grande quantidade de raios ultravioletas impactam diretamente no processo de fotossíntese e prejudicam o sistema nutritivo e o crescimento das plantas.
● Problemas no desenvolvimento de espécies - Os animais também correm riscos, pois o contato com a radiação pode refletir em mutações genéticas, interferir em cadeias alimentares e no funcionamento dos ecossistemas, prejudicando o desenvolvimento de espécies marítimas, como peixes, camarões, caranguejos e fitoplânctons.
● Enfraquecimento da saúde humana - A concentração de O3 pode gerar o enfraquecimento do sistema imunológico de seres humanos, causar deformações e atrofias musculares, aumentar as chances de câncer de pele e cegueira e provocar mutações no DNA.
Protocolo de Montreal e o papel das COPs
Em 16 de setembro de 1987, durante a Convenção de Viena, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal, tratado que visa proteger a camada de ozônio através da eliminação da produção e do consumo das substâncias responsáveis pela sua destruição.
Curiosidade: Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da camada de ozônio e como evitar a sua destruição, foi escolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas comemorar o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio na mesma data de assinatura do Protocolo de Montreal.
A COP é a reunião anual em que se decidem assuntos relacionados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (também conhecida como Convenção do Clima da ONU ou UNFCCC, na sigla em inglês). Nesse fórum, a comunidade internacional monitora o progresso do combate contra as mudanças climáticas e toma as decisões para minimizar os riscos associados ao aumento da temperatura global.
Em 2015, na COP-21, 195 países assinaram o Acordo de Paris e já apresentaram compromissos de reduzir suas emissões dos gases que causam o efeito estufa. Na COP-26, realizada em 2021, foi assinado o Pacto Climático de Glasgow, documento que estabelece a redução de emissões de CO2 em 45% até 2030 e neutralidade até 2050, traz a definição de formato do mercado global de carbono e defende a aceleração da transição energética para fontes limpas.
Formas de preservar a camada de ozônio
Após a assinatura do protocolo, líderes mundiais, cientistas e empresas trabalharam para banir os CFCs. Em 1988, a emissão dessas substâncias bateu o recorde de 1,46 milhão de toneladas. No ano 2000, como resultado dos esforços realizados pelos países e indústrias, as emissões foram reduzidas para 260 mil.
Em 2022, o buraco de ozônio da Antártida registrou novo aumento, porém a Nasa apontou que há uma tendência para diminuição. Os cientistas acreditam que o recorde se deve a temperaturas médias mais baixas neste ano. De acordo com a avaliação científica divulgada pela ONU Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), a camada de ozônio consegue se recuperar de 1% a 3% a cada dez anos. A pesquisa avalia que as ações definidas no Protocolo de Montreal podem colaborar para uma regeneração até 2060.
Diversas corporações já adotaram práticas que contribuem para a preservação. A Neoenergia, por exemplo, possui entre suas metas de ESG o objetivo de situar a intensidade das emissões abaixo de 50 gramas de CO2 por kWh gerado, visando alcançar a neutralidade em carbono em 2050. A companhia também busca substituir, gradativamente, equipamentos que utilizam substâncias que afetam a camada de ozônio, além de prevenir a poluição e emissão de gases de efeito estufa (GEE), por meio de práticas que reduzam ou eliminem na fonte a geração de poluentes. Em 2022, a empresa ganhou o Selo Ouro, máxima certificação recebida em razão da publicação do inventário de GEE no registro público de emissões da plataforma GHG Protocol.
Além do trabalho de países e entidades, pequenas ações também podem ser adotadas diariamente pela sociedade para não prejudicar a camada:
1. Não utilize aerossóis com clorofluorcarbonetos (CFCs);
2. Realize o descarte correto de freezers, geladeiras e ar-condicionados;
3. Esteja atento à manutenção de eletrodomésticos;
4. Reduza o uso de automóveis para evitar a emissão de gases poluentes;
5. Faça a separação correta do lixo, com pilhas e baterias em compartimentos próprios.
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