O que são e como funcionam os edifícios inteligentes
Tendência no Brasil e no mundo, os edifícios inteligentes, ou “smart buildings" no inglês, se tornaram peças-chave na sustentabilidade, pois as tecnologias implantadas nessas construções promovem a redução da pegada de carbono. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados na COP 27, o setor de Edificação e Construção foi responsável por mais de 34% da demanda de eletricidade e cerca de 37% das emissões de CO2 relacionadas à energia e processos em 2021.
No mesmo ano, a pesquisa da CNBC apontou que os prédios são responsáveis por 39% das emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) no mundo. Quase um terço (28%) do volume foi resultado do funcionamento desses edifícios – referido como emissões operacionais –, enquanto 11% vieram de materiais e da construção em si.
O que são os edifícios inteligentes
Os prédios inteligentes são as construções que utilizam soluções integradas de tecnologia, como sensores, sistemas e interfaces que interagem por meio da Internet das Coisas (IoT, do inglês) e/ou Inteligência Artificial (IA). Desde a fase inicial, no projeto de engenharia e construção, até a fase final, na implementação de serviços, utilizam recursos que geram economia. Esses edifícios oferecem aos seus usuários um ambiente mais produtivo, econômico, seguro e confortável. Além de proporcionar a diminuição do impacto ambiental, também potencializam a autonomia dos ocupantes e funcionalidades no dia a dia em áreas comuns ou privadas dos prédios.
Como funcionam os smart buildings
O uso de utensílios e ferramentas tecnológicas é o que difere um edifício inteligente de uma construção comum. As principais características dos smart buildings são a comunicação e a conexão entre os sistemas, assim como a utilização de dados.
Para o pleno funcionamento dessas construções, é preciso a implementação dos seguintes atributos:
•Sistemas integrados: bombas, medidores de água e energia, iluminação, alarmes de incêndio, ar-condicionado, detectores de falhas, entre outros;
•Dados sobre o uso dos espaços, que podem fornecer insights para possíveis melhorias e mudanças nos processos;
•Sensores, não apenas para automatizar e integrar os sistemas, mas também para captar informações relativas à utilização dos ambientes;
• Automação, para que tudo funcione sem a necessidade de intervenção humana.
As informações geradas por esses componentes, constantemente e em tempo real, são utilizadas para melhorar a eficiência energética e sustentabilidade, além de possibilitar a automatização dos sistemas de modo que algumas condições sejam controladas de maneira autônoma pelos componentes.
Vantagens e diferenciais das construções tecnológicas
Muitas são as vantagens de se investir em uma construção que envolve tecnologia. Além de oferecer aos ocupantes maior conforto, bem-estar, qualidade de vida e menos impactos ambientais, os edifícios inteligentes também proporcionam o aumento da segurança e a redução de custos de operação do empreendimento, o que torna o negócio rentável e sustentável a longo prazo.
Confira os diferenciais dos smart buildings:
Sustentabilidade
Diversas são as formas que os edifícios inteligentes contribuem para um mundo mais sustentável. A começar pela gestão do consumo de água e de energia elétrica; as leituras, controle e iniciativas são realizadas de forma instantânea, assim que identificada qualquer variável, evitando o excesso de gasto. Como exemplos, a rápida identificação de vazamentos de água, o aproveitamento da luz natural com abertura e fechamento de persianas ou o desligamento das lâmpadas, de forma automática.
IoT
A IoT integra objetos aos sistemas computacionais do prédio via internet. Dessa forma, eletrodomésticos, portas, janelas, interruptores, bem como itens do condomínio, como alarmes, medidores de água, bombas, iluminação e qualquer outro objeto que possa se conectar via internet, podem ser controlados por dispositivos digitais, promovendo conforto, autonomia e economia de tempo e recurso. A utilização de dados gerados por esses objetos é o que mais garante a segurança e a solução de problemas, grandes características dos smart buildings.
Automação e IA
A automação é a programação dos processos por meio de configuração de tempo e circunstância. A Inteligência Artificial é a utilização de sistemas computacionais que tomam decisões autônomas, a partir da avaliação e coleta de dados. Ambas são bem utilizadas nos edifícios inteligentes para agilizar soluções de problemas. O sistema detecta a irregularidade e providencia medidas de correção, ao mesmo tempo que informa ao gestor ou empresa responsável o acontecimento.
Precaução contra acidentes
A prevenção de acidentes, tanto materiais quanto pessoais, é um dos pontos principais dos smart buildings. Os sensores e câmeras são responsáveis por fornecer dados exatos para avaliação de precisão e eficiência de mecanismos de segurança. Como exemplo, o monitoramento de seguridade no uso de elevadores e os controles de incêndio e gestão da rede elétrica instalada.
Conforto e qualidade de vida
A integração dos sistemas com os celulares para controlar inúmeras funções garante conforto aos ocupantes dos edifícios inteligentes. Os sensores que automatizam, por exemplo, a abertura e fechamento de portas, o controle da iluminação, dentre outras funções, também são benéficos e proporcionam mais segurança aos usuários.
Soluções encontradas nos edifícios inteligentes
Elevadores e portarias inteligentes, biometria, sensores que detectam fumaça e ajustam temperatura, Circuito Fechado de Televisão (CFTV), sonorização, botões de pânico personalizados, captação de água escoada por ar-condicionados e chuvas para reuso em sanitários e utilização da luz solar para conversão em energia são os recursos mais utilizados nas construções inteligentes. Cada prédio tem tecnologias aplicadas de diferentes formas, de acordo com as suas próprias necessidades.
Tecnologia em edificação e construção no Brasil e no mundo
No Brasil, já é comum encontrar os prédios inteligentes. A maioria está localizada na Grande São Paulo, mas há projetos também em outros estados, como o Triumph Tower, em Balneário Camboriú (SC), previsto para ser o segundo maior arranha-céu do mundo em número de pavimentos, além de ser o mais alto da América Latina; Smart City Laguna, primeira cidade inteligente (smart city, do inglês) social do mundo, localizada em São Gonçalo (CE); e a Smart City Natal, no Rio Grande do Norte. De acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022 – mapeamento que analisa dados de todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes para apontar os mais desenvolvidos e conectados do país –, Curitiba é a cidade mais inteligente do Brasil.
Em Taiwan, o Taipei World Financial Center (Taipei 101), é considerado o edifício inteligente mais alto do mundo, entre as construções com certificação Leed (certificação internacional para construções sustentáveis). O prédio possui 508 metros, 101 andares e mais de 3.000 dispositivos capazes de desligar aparelhos de ar condicionado caso detectem não haver ninguém no ambiente. O Gate's Home, em Washington, nos Estados Unidos, é considerado um dos mais inteligentes. Nele os cômodos são programados e personalizados de acordo com as escolhas pessoais dos usuários. É possível que o ocupante escolha música, temperatura e luminosidade de acordo com a sua preferência.
Cidades inteligentes
As cidades inteligentes são sustentáveis, conectadas e otimizadas devido a utilização da tecnologia. O modelo surgiu para conter e reduzir os fatores que agravam as crises ambientais e socioeconômicas que a urbanização tem provocado no planeta.
De acordo com o Relatório Mundial das Cidades 2022, publicado pelo ONU-Habitat, a população mundial será 68% urbana até 2050. Considerando que as metrópoles, apesar de ocuparem apenas 2% de espaço no planeta, respondem por cerca de 60% a 80% do consumo de energia e por 75% das emissões globais de carbono, segundo dados da Organização das Nações Unidas, muitas cidades têm apostado em se reciclarem estrategicamente — e se transformarem digitalmente — para dar resposta a alguns dos grandes desafios globais: aumento da população, poluição, escassez de recursos, gestão da água ou eficiência energética.
Tecnologias da informação e Comunicação (TIC) e Big Data são utilizadas no gerenciamento eficaz e sustentável das cidades inteligentes, que tem como objetivo a diminuição do consumo de energia, a redução das emissões de CO2 e o aumento do bem-estar dos cidadãos de todo o mundo.
Ações Neoenergia
Como característica principal dos edifícios inteligentes, estão as soluções de eficiência energética. Nessa linha, a Neoenergia vai implantar nas áreas das distribuidoras do Nordeste – Neoenergia Coelba (BA), Neoenergia Pernambuco (PB) e Neoenergia Cosern (RN) – a partir de janeiro de 2023, um sistema de medição remota por andar em edifícios, conhecida pelo nome de busway (barramento blindado). Isso vai permitir uma maior qualidade no serviço de energia predial, já que os medidores serão instalados nos andares e não mais em áreas comuns das edificações, reduzindo as perdas técnicas no caminho da energia, do quadro até as residências.
Focada no desenvolvimento de cidades inteligentes, a companhia também tem como um dos principais projetos o Energia do Futuro, que, por meio de redes inteligentes, moderniza a distribuição de energia nas cidades de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões e Nazaré Paulista, em São Paulo. Ao todo, foram instalados 75 mil medidores inteligentes nas regiões, que permitem a leitura do consumo remotamente, evitando a necessidade de deslocamento dos leituristas, além da possibilidade do cliente acompanhar o consumo de energia diariamente, por meio do site da empresa. Também foram instalados sensores, religadores e foi implementada uma rede de telecomunicação celular 4G, para conectar, em tempo real, os equipamentos de automação de redes elétricas e os medidores inteligentes ao Centro de Operações da Neoenergia Elektro (SP e MS).
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