Com 14 transmissoras, companhia soma 1.038 quilômetros de linhas em operaçãoe cerca de 6 mil quilômetros em construção
A transmissão é uma das mais importantes engrenagens para a expansão do setor elétrico no Brasil. É através de linhas e subestações que a energia sai das usinas de geração – hidrelétricas, eólicas, entre outras – e chega às redes de distribuição e aos consumidores. Por isso, oferecer uma infraestrutura robusta e adequada à demanda é essencial para a segurança na ampliação do mercado. A Neoenergia possui 14 transmissoras, com 1.038 quilômetros de linhas em operação, o que equivale aproximadamente à distância entre Salvador (BA) e Brasília (DF). Estão em construção no portfólio da companhia cerca de 6 mil quilômetros, ou seja, três vezes a distância entre a capital baiana e Macapá (AP). Todos esses empreendimentos compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Esse sistema permite o intercâmbio de energia entre as cinco regiões do país, que, no SIN, são divididas em quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. “Com um sistema de transmissão bem planejado, a geração de uma região que produz mais energia pode ser exportada para outra e diferentes fontes são integradas, possibilitando não só obtenção de ganhos sinérgicos e economia de recursos, mas também uma maior segurança para o sistema. Desta forma, através de uma malha nacional de transmissão robusta, é possível obter um melhor aproveitamento dos recursos energéticos do país, possibilitando, por exemplo, que a energia gerada em regiões mais isoladas, em grande parte renovável, possa ser levada aos centros de consumo, com o benefício adicional de aproveitamento da sazonalidade característica de cada fonte (hídrica, eólica, solar)”, explica o diretor de Transmissão da Neoenergia, Fabiano Uchoas.
Entre os oito projetos de transmissão em desenvolvimento pela companhia, dois que estão em fase de conclusão servem como exemplos de empreendimentos que têm como objetivo auxiliar na transferência de energia entre os subsistemas do SIN. A linha Dourados, no Mato Grosso do Sul, vai auxiliar no intercâmbio entre os subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Já o projeto Jalapão (TO, BA, MA e PI) está sendo construído para ajudar a escoar a geração da usina hidrelétrica Belo Monte (PA) para o Nordeste. Essa energia é levada a longas distâncias, de milhares de quilômetros, entre as geradoras e os consumidores, em alta tensão, para que seja possível o transporte de um grande pacote de energia com baixa perda.
Esses e outros novos projetos de transmissão da Neoenergia estão alinhados à prioridade da companhia pelo desenvolvimento sustentável e o combate às mudanças climáticas, contribuindo com a retomada verde da economia. A linha Santa Luzia tem sinergia operacional com dois empreendimentos de geração renovável no Sertão da Paraíba: o Complexo Eólico Chafariz e as usinas solares Luzia, ambos com perspectiva de conclusão em 2022. O projeto Itabapoana (RJ, ES e MG) recebeu financiamento por meio de emissão de títulos verdes no ano passado, o que reconhece os seus benefícios ambientais, obtidos através da transmissão de energia renovável e da redução de perdas.
Leilões
Todas essas linhas foram adquiridas pela Neoenergia em leilões realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nos últimos anos a passam então a integrar o SIN através de uma concessão por 30 anos. Em todo o país, a malha de transmissão que compõe o SIN possui uma operação coordenada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entretanto é majoritariamente pela iniciativa privada através dessas concessões. Dessa forma, é possível garantir maiores investimentos para o segmento e, consequentemente, ampliar as melhorias e a qualidade dos serviços.
A companhia já possuía três transmissoras – Afluente T (BA), Narandiba (BA) e Potiguar Sul (RN e PB) – e ampliou a sua participação em leilões há quatro anos, com 12 lotes conquistados. “Nossos investimentos em transmissão aumentaram 235% em 2020 e fazem parte da estratégia da companhia de manter uma operação integrada, mais eficiente e rentável, com segurança e economicidade”, afirma Fabiano Uchoas.
Seis transmissoras foram adquiridas em 2017 – lotes 4 (Dourados), 20 (Sobral), 22 (Atibaia) e 27 (Biguaçu) do certame realizado em abril e 4 (Jalapão) e 6 (Santa Luzia) em dezembro do mesmo ano. Outros quatro projetos foram arrematados em 2018 – lotes 1 (Vale do Itajaí), 2 (Guanabara), 3 (Itabapoana) e 14 (Lagoa dos Patos) em dezembro. No fim de 2019, a Neoenergia adquiriu o lote 9 (Rio Formoso) e, no único leilão de 2020, se destacou ao vencer o lote 2, o de maiores extensão e investimento, com um montante de investimento estimado pela ANEEL que supera R$ 2 bilhões para a implantação de uma nova subestação, ampliação de outras 4 subestações e a construção de 1.091 quilômetros nos estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo.
A remuneração das transmissoras acontece por meio da RAP, a Receita Anual Permitida, estabelecida nesses leilões e iniciada quando os empreendimentos entram em operação comercial. Contribuindo com o setor elétrico e assegurando as taxas de retorno previstas para os seus investidores, a companhia avançou com as obras e entregou antecipadamente alguns lotes adquiridos no leilão de 2019. Foram energizadas entre dezembro de 2019 e julho de 2020 as novas subestações Atibaia, Sobral (CE) e Biguaçu (SC). Com quase 25 meses de antecipação, foi concluído em julho do ano passado o primeiro dos cinco trechos da linha Dourados, que teve mais dois entregues ainda em 2020, totalizando 359 quilômetros.
“Para manter o ritmo de obras mesmo durante a pandemia, criamos um rígido protocolo de saúde e segurança e modernizamos processos, realizando, por exemplo, as primeiras audiências públicas virtuais do setor elétrico para licenciamento ambiental e comissionamento de equipamentos com o uso de realidade aumentada. A antecipação das entregas permitiu adiantamento da RAP”, afirma Fabiano.
Veja o infográfico para entender o sistema de transmissão e qual é a participação da Neoenergia no segmento: